Nos 45 dias após a inauguração do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de São José da Tapera, a quantidade de roubos e furtos aumentou na cidade, em comparação aos 45 dias anteriores à inauguração, passando de cinco para seis ocorrências.
Nesses mesmos períodos, o número de homicídios manteve-se igual: um nos 45 dias anteriores e um nos 45 dias posteriores à inauguração do Cisp. A quantidade de armas apreendidas nos dois períodos também foi a mesma: duas armas apreendidas antes e duas após o início de funcionamento do Centro.
O número de inquéritos policiais também se repetiu em São José da Tapera nesses dois períodos. Foram quatro inquéritos abertos nos 45 dias anteriores à inauguração e outros quatro nos 45 dias após a inauguração. Já a quantidade de Boletins de Ocorrência (BO’s) aumentou de 52 para 57.
Todos esses dados são da própria Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), obtidos por meio do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac), e estão disponíveis em um texto divulgado na Agência Alagoas, na última quinta-feira (2).
O Cisp de São José da Tapera foi inaugurado no dia 28 de dezembro de 2016, numa solenidade que contou com as presenças do governador Renan Filho (PMDB), de autoridades da área da Segurança Pública e de gestores locais.
Redução da violência
O material divulgado pela SSP na Agência Alagoas mostra ainda que, de modo geral, a violência sofreu uma redução maior nas outras três cidades onde houve a inauguração dos outros Cisps do que em São José da Tapera. Os outros municípios onde o governo do Estado implantou os Centros foram Boca da Mata, Murici e São José da Laje.
Segundo a SSP, Boca da Mata teve o primeiro Cisp inaugurado em dezembro do ano passado e, após uma análise realizada durante os 69 dias que antecederam a inauguração e igual período após a implantação da unidade, a SSP verificou que o número de homicídios, tecnicamente chamados de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), caiu de seis casos para um. Já em Murici, a média caiu de quatro homicídios para três com a chegada do Cisp, também inaugurada em dezembro de 2016. O período de análise foi de 49 dias antes e depois da implantação do centro.
“Em São José da Laje o estudo comparativo foi feito durante 60 dias, sendo 30 referentes ao período antes da inauguração, e a outra metade após a implantação do Centro na cidade. A Zona da Mata alagoana não registrou assassinato desde a inauguração da unidade integrada, em janeiro de 2017. Nos 30 dias que antecederam a implantação, a Segurança Pública havia contabilizado duas mortes violentas”, diz o texto da Secretaria de Estado.
Conforme esse mesmo material, em Boca da Mata, a média de roubos e furtos despencou de 12 para seis. No município de Murici, o número caiu de 14 para 11. Já em São José da Laje, houve redução de dois para um. Apenas em São José da Tapera a média aumentou de cinco casos para seis.
Além disso, segundo a SSP, em relação ao porte ilegal de armas, que é crime previsto no Estatuto do Desarmamento, houve uma média geral, calculada com números dos quatro municípios – incluindo São José da Tapera. Em Boca da Mata, o número de armas apreendidas saltou de zero para sete. No município de Murici, a média saiu de zero para cinco. Na cidade de São José da Laje, a análise aponta elevação de zero para quatro. Apenas em São José da Tapera a média de duas armas apreendidas em 45 dias se manteve após a inauguração.
Até o final da gestão, em 2018, o governador Renan Filho pretende entregar pelo menos 20 unidades integradas, conhecidas como Cisps. O investimento total será de R$ 72 milhões. As prefeituras das cidades contempladas colaboram com a doação de terreno para construção dos centros. Os próximos municípios a serem contemplados são: Ouro Branco, no Sertão, e Cajueiro, na Zona da Mata. Girau do Ponciano teve a Cisp no dia 24 de fevereiro.
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