O interesse da humanidade pelas apostas esportivas é milenar. Há, por exemplo, registros e vestígios de apostas em brigas de animais e jogos de dominó feitas na China de séculos antes de Cristo.
Com a popularização dos esportes e posteriormente sua profissionalização, ocorrida a partir de meados do século XX, o mercado de aposta esportiva começou a se consolidar, situação que se ampliou e complexificou muito atualmente, com o advento de novas tecnologias que permitem que os jogos sejam feitos de forma totalmente digital.
Da Família Real às apostas digitais
A chegada dos chamados jogos de azar ao Brasil é atribuída como resultante da chegada da Família Real ao país. A corte portuguesa fugiu da Europa com medo de Napoleão Bonaparte, e transferiu a capital do Império para o Brasil em 1808.
Com isso, costumes e hábitos europeus também cruzaram o Atlântico e chegaram à colônia, incluídas aí as apostas.
Durante o século XX, principalmente a partir dos anos 1970, os jogos foram monopolizados no Brasil pelo Estado, que organizava loterias e outras apostas.
Até que, em 2018, a Lei 13.765/18 regulamentou os jogos online no território brasileiro, propiciando que se consolidasse um crescimento que já se vislumbrava nesse mercado.
Hoje em dia, são inúmeras as possibilidades de sites e aplicativos para os amantes das apostas esportivas, que também podem ter acesso um nível de informação e conteúdo para fundamentar suas decisões que eram absolutamente inimagináveis aos jogadores de alguns anos atrás.
Mercado emergente no Brasil
Após a aprovação da Lei, ocorrida durante o governo de Michel Temer, diversas casas de apostas surgiram no Brasil, atraindo atenção de pessoas em todas as regiões do país.
O número de sites voltados a apostadores brasileiros cresceu constantemente durante os primeiros anos, chegando a ao menos 500 deles em 2021.
Paixão nacional, o futebol representa 70% do volume movimentado pelo mercado brasileiro de apostas. Por conta disso, as novas casas investiram em propagandas relacionadas ao público desse esporte, tanto em transmissões televisivas quanto nos uniformes de times das diferentes divisões do país, inclusive a principal.
Em 2019, 8 casas de apostas já patrocinavam 13 times da série A do Campeonato Brasileiro em 2019, além dos patrocínios em campeonatos e equipes de divisões inferiores.
Em 2020, já eram 11 empresas patrocinando 17 dos 20 times que disputam a primeira divisão brasileira, sendo que em 7 dessas equipes o patrocínio é o chamado “master”, ocupando a posição principal nas camisetas e produtos dos times.
O mercado de apostas atingiu em 2020 a 5ª posição no ranking no ranking de segmentos de patrocinadores do Brasileirão e suas equipes.
Já no cenário global, sua presença é ainda maior. Uma pesquisa realizada com 529 clubes de 6 continentes indicou que o segmento de apostas ocupa o 1º lugar, registrando 74 patrocínios considerados master em 20 diferentes países.
Estima-se que o mercado de apostas tenha movimentado R$ 4,3 bilhões em 2019 no Brasil, número que aumentou para aproximadamente R$ 9 bilhões em 2020, mostrando que há ainda um grande potencial de crescimento para esse segmento.
Além das casas de apostas, há outros profissionais envolvidos no setor, como as chamadas consultorias. São profissionais que largaram se dedicam totalmente ao mercado de apostas, acompanhando e estudando os jogos diariamente e produzindo prognósticos, geralmente divulgados em redes sociais, algumas delas contando com milhares e milhares de seguidores.
Perfil dos apostadores brasileiros
Uma pesquisa realizada em junho de 2021 e publicado pelo jornal O Globo também avaliou que outros gostos têm os brasileiros que participam do mercado de apostas esportivas. Além de apostar em jogos esportivos, 69% apostam na Loteria Federal, 38% em fantasy games, 36% em cassinos online, 33% em apostas informais e 32 % em bingos online.
Segundo a mesma pesquisa, 67% dos apostadores brasileiros veem as apostas online como entretenimento. 43% declaram ver os jogos como um negócio e 38% como um esporte - apenas 12% acreditam que as apostas deveriam ser proibidas.
59% dos entrevistados começaram a se interessar pelo mercado recentemente, tendo feito sua primeira aposta no máximo 12 meses antes da enquete, ou seja, durante a pandemia.
Entre os apostadores, 55% se consideram moderados, priorizando apostas seguras mas arriscando ocasionalmente. Já 33% evitam riscos completamente e se consideram conservadores, contra apenas 12% que se declaram agressivos e encaram riscos maiores em busca de maiores rendimentos.
Em relação à forma como se informam sobre esportes para estarem mais familiarizados com o mundo das apostas, em primeiro lugar na pesquisa ficaram programas esportivos e sites especializados em notícias de esportes, ambos com 56%. Em seguida vêm os grupos em redes sociais, com 40%, especialistas, com 36%, dados e relatórios de consultorias, 32%, amigos e familiares, 32%, e influenciadores, 30%.
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