Uma enquete do Correio Notícia revelou que 91,82% dos participantes não pretendem votar nos deputados federais que defenderam o presidente Michel Temer (PMDB) das denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ao todo, a enquete recebeu 1.161 participações. A pergunta era: “Em 2018, você pretende reeleger algum dos deputados que votaram a favor do arquivamento das denúncias contra o presidente Michel Temer?”.
Enquanto 1.066 (91,82%) participantes responderam “Não”, apenas 95 (8,18%) responderam “Sim”, ou seja, que pretendem reeleger os deputados federais que defenderam o presidente da República.
Os parlamentares de Alagoas que, na avaliação da primeira denúncia, no dia 2 de agosto, votaram a favor de Temer foram Marx Beltrão (PMDB), Maurício Quintella (PR), Cícero Almeida (PMDB) e Arthur Lira (PP).
Já no dia 25 de outubro, na votação da segunda denúncia, votaram a favor do presidente Marx Beltrão (PMDB), Maurício Quintella (PR) e Arthur Lira (PP).
Cícero Almeida, do mesmo partido do presidente, mudou de lado. Antes da sessão na Câmara em que houve a votação, ele chegou a fazer uma “enquete” nas redes sociais para saber qual a opinião da população sobre o assunto. Influenciado ou não pelas respostas que obteve dos internautas, votou contra o presidente e a favor do prosseguimento da denúncia.
É importante ressaltar que a enquete do Correio Notícia não se trata de pesquisa, e sim de mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, a qual não utiliza método científico para sua realização, dependendo, apenas, da participação espontânea do interessado.
Relembre as denúncias
Com o arquivamento garantido pela maioria dos deputados, Temer responderá às denúncias da PGR no Supremo Tribunal Federal (STF) somente após a conclusão do mandato, a partir de janeiro de 2019.
A primeira acusação é oriunda de denúncia feita pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas investigações abertas a partir das delações de executivos da empresa JBS no âmbito da Operação Lava Jato.
Em março deste ano, o ex-assessor do presidente e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi filmado saindo de um restaurante em São Paulo, com uma mala contendo R$ 500 mil. Segundo a PGR, o dinheiro era parte de propina e destinava-se a Temer. A defesa do presidente nega.
Na segunda denúncia, Temer foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. A denúncia rejeitada pela Câmara também inclui os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral), acusados de organização criminosa.
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