Quatro! Anotem: quatro candidatos disputam a doce prefeitura de Pão de Açúcar, cidade banhada pelas águas do Velho Chico, em nosso Sertão.
Ana Cristina Gonzaga, a "Ana de Bacuca", do PSOL; Cliuton Santos, do Cidadania; Cristiano Matheus, do MDB, e Jorge Dantas, do PSDB, têm se digladiado para conquistarem a maioria dos votos dos cerca de 15.300 eleitores pão-de-açucarenses.
Curiosamente, se somarmos os valores dos bens de três dos candidatos, chegamos a cifra de R$ 873.157.06. O valor é quase R$ 4,2 milhões a menos que o valor do Fundo de Participação do Município (FPM) de Pão de Açúcar, que é de R$ 5.075.233,67, ou seja, se os três candidatos juntarem os bens que eles dizem ter, ainda não conseguirão ajudar a população do município que querem ser prefeitos.
Agora, me respondam à pergunta que não quer calar: já que os candidatos juram aos pés do Cristo Redentor que dão a vida pelas famílias de Pão de Açúcar, porque eles querem administrar Pão de Açúcar? Gratidão ou olho na fortuna dos impostos que enchem os cofres?
Bem, na reta final da campanha, uma campanha desleal, de ataques velados, ofensas pessoais e até troca de socos em via pública, os eleitores observam o festival de resultados de pesquisas, nem sempre verdadeiras, polarizando apenas as campanhas do ex-prefeito Jorge Dantas, que tenta retornar ao cargo, e de Cristiano Matheus, que embora seja filho da terra, foi vereador, deputado e prefeito por cidades tão-tão distantes.
É um jogo onde ninguém pode prever. Jorge e Cristiano são amigos – pessoais – do governador Renan Filho (MDB), que se beneficiará com a vitória de um dos dois, ou seja – não se enganem – quem vencer está bom para Renanzinho.
Nesta campanha, eles, os candidatos tentam fixar marcas com novas promessas. São discursos afiados e planos de governo apoteóticos que prometem transformar Pão de Açúcar em cidade do futuro.
Bem, tratados como "detalhe" ou ponta de ligação entre o político e o poder, os pão-de-açucarenses realmente não sabem se sua cidade vai, dessa vez, submergir ou retroceder ainda mais. Falta água para as comunidades pobres que sobrevivem da indústria do carro-pipa, a educação mendiga dias melhores, empregos e turismo em Pão de Açúcar é uma utopia, agricultura familiar só é comentada nesta época de eleição e a saúde cambaleia, embora a cidade tenha um hospital/maternidade onde – por unicamente falta de políticos – falta até gesso para engessar braço ou perna de quem precisa. Sem esquecer dos servidores municipais, que na maioria dos governos, são comandados por secretários-amigos ou amigos-secretários trazidos de outras cidades.
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