Um policial militar e o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Salto (SP) se envolveram na polêmica de uma hamburgueria da cidade que lançou um sanduíche batizado de “Maria da Penha”, que levava como um dos ingredientes "repOLHO roxo".
A história foi noticiada pelo G1 na terça-feira (21). Após a repercussão negativa, muitos internautas começaram a fazer críticas na página da lanchonete no Facebook. Em uma das postagens, o policial militar Jonatas Guedes sugeriu que fosse criado o "X-Marielle" - em referência à vereadora carioca Marielle Franco, morta a tiros em março deste ano.
O vice-presidente da OAB de Salto, Flávio Garcia, pergunta então se o lanche deveria vir "com muitas azeitonas", usando a gíria para "tiros".
Em outro comentário uma mulher ironiza a situação e diz que se o policial for processado, o advogado poderá fazer a defesa.
Os comentários causaram indignação de internautas, que passaram a compartilhar os prints nas redes sociais.
Em uma nova postagem no Facebook, Flávio Garcia publicou um pedido de desculpas. "Brincadeiras indignas e desrespeitosas à relevante causa de Marielle Franco não devem, de forma alguma, ser aceitas. Sou marido, filho, pai de duas mulheres, advogado, sempre atuante em defesa das minorias, e não consinto com quaisquer espécies de ataques a quem quer que seja, principalmente, às mulheres. Minha postura sempre foi pautada pela polidez e pelo respeito ao próximo. Não poderia, desta feita, omitir-me diante de um erro meu", disse.
Procurada pela reportagem, a OAB de Salto afirmou que não recebeu nenhuma reclamação oficial sobre a postagem do vice-presidente da instituição e disse que encaminharia o caso para ser analisado pela Comissão de Ética.
A reportagem não conseguiu falar com o cabo da PM. Em contato telefônico com o batalhão de Itu, a reportagem foi informada que o policial seria contatado e a assessoria enviaria uma resposta sobre a polêmica.
Entenda o caso
A hamburgueria de Salto criou um lanche chamado “Maria da Penha” e, no cardápio, destacou as palavras “olho roxo” para evidenciar o trocadilho com o nome do lanche. Internautas acusaram o restaurante de fazer apologia à violência contra a mulher.
Depois das críticas, a administração do estabelecimento mudou o nome do sanduíche para "Censurado" e depois para "Um lanche com repolho".
Após a repercussão, a hamburgueria publicou um pedido de desculpas em sua página nas redes sociais. No post, os responsáveis reconhecem o erro e ressaltam que não compactuam com qualquer tipo de violência.
Após a publicação da nota, o estabelecimento excluiu suas contas em todas as redes sociais. Os comentários do policial militar e do vice-presidente da OAB foram feitos antes da publicação ser apagada.
Utilize o formulário abaixo para comentar.