Onildo Chaves de Córdova, dono de um posto de combustíveis e acusado de mandar matar o empresário e presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis Fabrizzio Machado da Silva, foi solto no fim da tarde deste sábado (17) depois de ter sido preso na noite de sexta-feira (16) quando saia do cinema em shopping da capital paranaense .
Osnildo já havia sido preso em abril de 2017, mas conseguiu substituir a prisão preventiva pela internação em uma clínica psiquiátrica em regime integral e o uso de tornozeleira eletrônica. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o acusado já teria cumprido o tratamento de saúde e, por isso, sua prisão foi solicitada novamente na sexta.
A juíza Karine Pereti de Lima Antunes, da 1ª Vara Tribunal do Júri, expediu o mandado de prisão preventiva baseada no pedido do MP-PR. Para o Ministério Público paranaense em momento algum houve revogação da prisão preventiva, apenas uma adequação ao caso.
Na ocasião, o advogado do acusado, Rafael Guedes de Castro, afirmou que o decreto de prisão é absolutamente ilegal. “Foi deferido pela juíza substituta, após ser induzida em erro pelo promotor de justiça. Importante destacar que a prisão viola a decisão proferida pelo tribunal de justiça e pela juíza titular do tribunal do júri, que já tinham reconhecido o direito de Onildo responder em liberdade”, disse o profissional.
O alvará de soltura foi expedido pelo juiz substituto Rodrigo Fernandes Lima Dalledone.
Onildo já foi vereador na cidade de Madirituba e era dono de quatro postos de combustíveis na Grande Curitiba.
O crime
O assassinato de Fabrizzio Machado da Silva aconteceu no dia 23 de março de 2017, no bairro Capão de Imbuia, em Curitiba. De acordo com as investigações, a vítima manobrava o seu carro para entrar na garagem de casa quando foi surpreendida por uma ‘batida’ de outro veículo. Ao descer para ver os estragos, ele foi atingido por dois tiros no rosto. Ele chegou a ser atendido pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), mas morreu antes da chegada do apoio médico.
De acordo com as investigações da polícia, o atirador recebeu R$ 5 mil e uma porção de cocaína antes de realizar o crime e R$ 16 mil após o assassinato.
Três pessoas tiveram prisão preventiva decretada: Onildo como mandante, o atirador e um terceiro envolvido que teria ajudado planejar e acobertar o crime.
Motivação
Fabrizzio presidiu a Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e realizava uma investigação quando foi assassinado. Na época, operações de fiscalização chegaram a fechar alguns estabelecimentos na Grande Curitiba.
O empresário estava ajudando uma equipe de jornal a fazer uma reportagem sobre a fraude de combustíveis nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Ele fez o último contato com os repórteres três horas antes de ser assassinado.
Dois dias depois de sua morte, em 26 de março de 2017, a Polícia Civil do Paraná deflagrou a Operação Pane Seca que interditou nove postos de gasolina em Curitiba e região metropolitana.
Utilize o formulário abaixo para comentar.