A Polícia Civil (PC/AL) divulgou, na manhã desta segunda-feira (12), detalhes sobre os 11 suspeitos de roubo a banco mortos em um confronto com policiais, na última quinta-feira (8), na zona rural de Santana do Ipanema. Um organograma mostra a foto, identificação, origem e função de cada um na quadrilha.
Natural do Ceará e morador de Paulo Afonso (BA), Manoel Bezerra de Almeida, conhecido como “Matuto”, é apontado pela investigação como líder da organização criminosa interestadual especializada em assalto a instituições financeiras. Ele tinha várias passagens pela polícia por roubo a banco nos estados do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte, e tinha saído recentemente da Penitenciária de Paulo Afonso, onde cumpria pena.
O alagoano Adjane da Silva, conhecido como “Jânio”, 30, natural de Santana do Ipanema, era responsável pela logística de fuga da quadrilha, já que era conhecedor das rotas no Sertão de Alagoas, que interligam o estado aos demais do Nordeste. Ele já tinha sido preso em junho de 2016 por porte ilegal de arma de fogo e teria dado apoio a vários ataques contra instituições financeiras no Sertão de Alagoas e Pernambuco.
O pernambuco Adriano Souza Silva Júnior, conhecido como “Júnior Preto”, 24, seria responsável pelo transporte das armas utilizadas pela quadrilha entre os estados. Ele responde a processos em Sergipe por envolvimento em roubo a banco e, juntamente com “Coquinho” e Doutor”, que serão identificados a seguir, teria participado do assalto a uma agência bancária de Igreja Nova, em Alagoas, ocorrido no dia 17 de setembro deste ano.
José Gutemberg Nogueira Santos, conhecido como “Lutinho” ou “Doutor”, 26, é apontado como líder e articulador do núcleo da quadrilha em Alagoas. Ele tinha em aberto um mandado de prisão pela participação no roubo à agência do Banco do Brasil de Igreja Nova, ocasião em que agiu com “Júnior Preto” e “Coquinho”. Além disso, o alagoano seria responsável pelo apoio aos grupos oriundos de outros estados, providenciando a logística de carros, armas de fogo e esconderijos.
“Coquinho” trata-se da alcunha de Carlos Alberto de Lima, 30, natural de Arapiraca, mas que residia na zona rural de Craíbas. Segundo a investigação, ele era “explosivista” do núcleo alagoano da quadrilha, inclusive tinha em aberto um mandado de prisão pelo roubo ao banco de Igreja nova. No início de outubro deste ano, na residência dele, na zona rural de Craíbas, foram apreendidos pela polícia 25 quilos de explosivos, arma de fogo e munições.
Evandro de Paula Lima Silva, conhecido como “Saulo”, 34, é natural do Rio Grande do Norte, mas morava em Minador do Negrão. Ele seria o principal “explosivista” da organização criminosa, inclusive era um dos mais procurados do Nordeste. Teria participado de roubo a banco em quase toda a região Norte/Nordeste. “Saulo” tem várias passagens pela polícia por roubo a banco nos estados da Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Desde 2012 ele estava foragido de um presídio potiguar. O criminoso teria envolvimento em explosões de bancos e carros fortes na Paraíba e Rio Grande do Norte. Ele já tinha trocado tiros com a polícia na cidade de Catolé do Rocha (PB), ocasião em que foi preso.
O pernambucano Cristiano Rômulo de Souza Rodrigues, conhecido como “Rominho”, fazia parte do núcleo interestadual da quadrilha, sendo um dos “explosivistas”. Havia um mandado de prisão em aberto contra ele, expedido no estado de Pernambuco, por ter rompido a tornozeleira eletrônica que utilizava. Em 2017, “Rominho” foi preso acusado de integrar uma quadrilha de roubo a banco e a carro-forte.
Bruno Emanuel Batista Araújo, conhecido como “Bruno de Angelin”, também fazia parte do núcleo interestadual. Segundo a polícia, ele era considerado um dos mais violentos do grupo criminoso, além de ser responsável por fazer a contenção e atirar contra as bases policiais nas cidades atacadas. Ele tinha sido preso no estado do Piauí acusado de fornecer armas para quadrilhas de roubo a banco em todo o Nordeste. O criminoso também é suspeito de ameaçar dois capitães da Polícia Militar do Piauí.
O alagoano Adeildo de Souza Timóteo, conhecido como “Del”, foi peso em abril de 2017 acusado de roubo a banco, inclusive chegou a cumprir pena no sistema prisional alagoano, mas, no dia 8 de outubro deste ano, ganhou liberdade. Segundo a polícia, desde 2015 ele atuava junto com “Coquinho” e “Doutor” na grande maioria dos ataques a instituições financeiras ocorridos em Alagoas.
André Luiz de Morais Lima era “explosivista” da quadrilha e era procurado pelas forças policiais de vários estados nordestinos. O pernambucano foi preso em setembro de 2016 por roubo a banco. Ele atuava, segundo a polícia, em ataques a bancos e carros-fortes em todo o Nordeste.
Conforme o organograma divulgado pela Polícia Civil, o responsável pelo fornecimento de explosivos, espoletas e cordel detonante para vários grupos de assaltos a bancos nas regiões Norte e Nordeste era Josivan dos Santos Souza, conhecido como “Vanvan de Petrolina”. Ele também era responsável por fazer a contenção e atirar contra as bases policiais nas cidades atacadas. O criminoso era procurado por várias forças policiais por envolvimento em ataques a instituições financeiras em Alagoas, Pernambuco e Bahia.
A operação
Equipes da Seção de Roubo a Bancos (Serb) e Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), ambas da Polícia Civil, monitoravam os suspeitos, quando chegaram na residência onde eles estavam e, segundo os policiais, foram recebidas com disparos de arma de fogo.
Os policiais civis revidaram a ação, travando um tiroteio que terminou com a maioria dos suspeitos morta. Outros conseguiram escapar do cerco da polícia. Nenhum dos mortos foi identificado naquela ocasião e nenhum policial se feriu.
Na casa onde os suspeitos estavam foram apreendidas quatro espingardas calibre 12, dois fuzis, pistolas, grande quantidade de munições, coletes balísticos e explosivos. Também foi apreendida uma caminhonete Ford Ranger, de cor branca e placa QGL - 7945/Natal - RN.
Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca. Os mortos são provenientes dos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
Segundo nota da Polícia Civil, os homens mortos na troca de tiros e os que teriam fugido são apontados como autores do roubo à agência do Bradesco, situada em Águas Belas, em Pernambuco. O crime aconteceu na madrugada da última quinta-feira (8).
Ainda de acordo com a nota, a ação, denominada Cavalo de Troia, "foi coordenada pelos delegados Fábio Costa, Cayo Rodrigues e Thiago Prado, e contou com o apoio do Grupamento Aéreo". Uma coletiva sobre a operação será realizada nesta sexta-feira (9), em hora e local a serem definidos pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL).
Utilize o formulário abaixo para comentar.