Inaugurada em 1914, a Fábrica da Pedra, em Delmiro Gouveia, cidade do Sertão alagoano, de solução para a economia foi levada – à força – a grandes problemas, como o do desemprego em massa.

Mas, tem sido essa a saga ou sina no nosso Sertão. Grandes empreendimentos se acabam por conta da politicagem, e promessas movem a expectativa de um povo que nasceu para lutar.

O ano de 2020, como para todos, foi um ano de lutas, algumas velhas e outras novas. Em comum, foi a luta pela vida no enfrentamento a pandemia.

Enfim, mas nem tudo foi dor para o sertanejo. A água, moeda de troca em todas as comunidades rurais, se tornou uma realidade para algumas famílias, com a chegada de uma adutora em Piranhas. Embora seja preciso muito mais que uma adutora para matar a sede das pessoas. As obras do Canal do Sertão foram beneficiadas com mais recursos e o trecho que vai contemplar São José da Tapera começa a ser projetado. E a chuva que se estendeu por vários meses, também trouxe bonança às mesas do sertanejo.

Mas, o flagelo do desemprego, que tem separado pais de filhos e desestruturado famílias inteiras, ainda faz parte do privado e ingrato mundo do sertanejo.

Mas, agora chega uma esperança. A Fábrica da Pedra – lembram dela? – voltará a gerar vidas, empregos e perspectivas.

Uma milionária obra de reforma, orçada inicialmente em R$ 9 milhões, em parte financiados pelo Banco do Nordeste, vai transformar a Fábrica da Pedra, fechada em 2017, no Shopping da Vila. Isso mesmo.

O lugar será sede do primeiro shopping center do Sertão, que deverá funcionar já neste ano de 2021.

Representantes de grandes redes comerciais, como Lojas Americanas, C&A, Renner e outras já confirmaram seus interesses em montar lojas no novo empreendimento.

Ou seja, mesmo fechada, a antiga Fábrica da Pedra não perdeu a vocação para geração de negócios e de empregos, garantindo também o fortalecimento do comércio e serviços locais – incluindo o turismo, atividade em alta na região.

O shopping tem a marca da Vila da Pedra Empreendimentos Imobiliários e deve gerar, na primeira fase, cerca de 250 empregos diretos.

Agora compete aos jovens, não somente de Delmiro, mais de todas as cidades da região, se reciclarem didaticamente e profissionalmente. Cursos de marketing, de vendas, na área digital, de vestuário ou de gastronomia são alguns exemplos necessários para quem quer trabalhar em um empreendimento desse segmento. É lógico que as prefeituras – seus gestores – têm a obrigação de fomentarem esses cursos e levar seus jovens para seus primeiros empregos ou empregos melhores. Enfim, se a politicagem não atrapalhar, a chegada dessa ‘fábrica’ de empregos poderá mudar o destino de centenas de famílias no Sertão de Alagoas.