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E o ano de 2021 começa com muitos prefeitos indo embora sem deixar saudades para seus antigos eleitores. Claro. É evidente que muitos também vão ser mantidos nos cargos, mesmo não sendo exemplos de honestidade ou de gestão em seus municípios.
Porém, um alento. Muitos que foram defenestrados do poder ou que vão continuar no poder integram o seleto grupo dos investigados pelo Ministério Público, Tribunais de Contas e Polícia Federal. A reeleição para alguns deles garante o fórum privilegiado e dinheiro fácil para pagar advogados caríssimos.
São péssimos exemplos e mais péssimos exemplos. Mais alguns, aqui no Sertão, se sobressaem.
Em Inhapi, uma das pobres cidades desse país, o vereador Wellington Petrônio Menezes Freire, do PT, que nasceu na cidade vizinha de Mata Grande e foi ser vereador de Inhapi, convenceu seus colegas vereadores a aprovarem o projeto que reajustou os salários dos vereadores já no final dos trabalhos legislativos. Curiosamente, Wellington, conhecido pelo apelido de Morcego, é presidente da Câmara e foi candidato derrotado a prefeito da cidade. Foram seis votos contra dois que garantiram que os salários dos edis passassem dos atuais R$ 3.500 para R$ 6.500 Reais.
Saindo de Inhapi e passando por São José da Tapera flagramos uma outra anomalia. Após passarem nove meses sem trabalharem – e nem darem explicações ao povo – os vereadores taperenses – 97% deles reeleitos – finalizaram as sessões de 2020 aprovando – a pedido – o projeto que garantiu ao prefeito José Antonio Cavalcante – que devolve o cargo para o ex-prefeito – a bagatela de R$ 27 milhões. Chama a atenção que os vereadores que aprovaram nem quiseram saber em que o prefeito iria gastar esse valor faltando menos de 10 dias para o fim de seu mandato.
Lembro que temos prefeitos que saíram e deixaram no cargo empregados, filhos e outros parentes, dando sinais de vão retornar ao poder; de prefeitos que as esposas são prefeitas em outras cidades numa típica criação de feudos; de prefeitos que venceram as eleições se ‘agarrando’ a liminares da Justiça por seus envolvimentos em crimes; de prefeitos que venceram as eleições mesmo acusados de empregarem a família, os amigos e até as amantes e empregados na prefeitura e até de prefeitos que empregavam secretários e assessores e exigiam que eles dividissem os salários.
Enfim, temos prefeitos praticantes de todos os modos de crimes que se perpetuam no poder graças aos carros-pipas, aos empreguismos e principalmente a compra de votos e a morosidade das brechas da Justiça.
É fato que no Sertão 90% ou mais dos prefeitos reeleitos devem a Justiça. Os anos passam, sua excelência o povo continua votando nos mesmos e as cidades não progridem.
E o que podemos esperar? Cada prefeito tem uma Câmara de Vereadores que merece. Os fiscais do povo – 99% deles – seguem as ordens dos ‘patrões’ prefeitos e com bons salários, carros locados e abastecidos com dinheiro do contribuinte, verba de enxoval, ganhando dinheirinho fácil votando projetos do Executivo e falando errado e escrevendo péssimo todos eles e nos também, seguimos a vida no ex-Sertão veredas, uma obra do romance de Guimarães Rosa.
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