A Polícia Federal (PF) prendeu no RJ dois suspeitos de participar dos atos de vandalismo em Brasília no último dia 12. No episódio, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir um prédio da PF e acabaram incendiando carros e ônibus.
A TV Globo apurou que os suspeitos são Atilla Mello, de 41 anos, que se apresenta como pastor e “patrióta” [sic]. Ele foi preso nesta quarta-feira (28) em São Gonçalo.
Outra é Wenia Morais Silva, de 33 anos, ex-assessora do deputado estadual Renato Zaca (PL), presa no Rio também na quarta. Ela servia no gabinete do parlamentar até agosto. Wenia também integra a Associação das Esposas de Militares do RJ.
A reportagem também descobriu que Atilla estava em Brasília no dia 12 e, antes, passou dias no acampamento golpista em frente ao Comando Militar do Leste, no Centro do Rio.
Em uma postagem nas redes sociais, Atilla fez um pedido ao presidente. “Depois que tudo isso acabar o Povo Patriota que estão nos Quartéis. Precisam de uma Bolsa Terapia e Bolsa Psícologo. Sofremos fortes emoções...”. “É sério gente preciso desse Auxílio”, pôs na legenda.
A prisão dos dois foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
Nesta quinta-feira (29), a PF saiu para cumprir 32 mandados pela Operação Nero nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Resgate de preso frustrado
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.
Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar José Acácio Serere Xavante, indígena preso pela instituição no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil do DF, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Utilize o formulário abaixo para comentar.