Depois de desfrutar o último sábado (18) em um hotel no centro de Brasília, o deputado-presidiário Celso Jacob (PMDB-RJ) acabou passando por uma situação constrangedora ao retornar no domingo para a Penitenciária da Papuda, onde cumpre pena em regime semiaberto. Ele foi flagrado com dois pacotes de biscoito e um de queijo provolone escondidos em sua roupa – mais precisamente, dentro da cueca. Os alimentos foram encontrados durante o processo de revista.
O caso provocou perplexidade até entre as pessoas mais próximas de Jacob, que tentam desvendar a manobra feita pelo deputado para guardar os alimentos: “Não sei se estavam no elástico da cueca ou escondidos dentro mesmo”, afirmou um interlocutor.
Após o episódio, o deputado acabou punido e ficará até o próximo domingo em isolamento, quando não pode sair da cela nem para ao banho de sol. Com a decisão, Jacob não compareceu à Câmara nesta semana – ele amargou suas duas primeiras faltas desde que foi autorizado a cumprir trabalho externo, em julho deste ano.
Um inquérito disciplinar foi instaurado para apurar o caso. A depender do resultado das investigações, a punição pode ser ainda maior: chegar a 30 dias de isolamento e acarretar a perda dos benefícios.
Reportagem de VEJA desta semana mostra como o deputado-presidiário Celso Jacob tenta driblar a rotina imposta pelo presídio – principalmente no quesito gastronômico. Ele escapa do cardápio oferecido dentro da cadeia nos dias em que bate ponto no Congresso: toma café da manhã, almoça e lancha por lá mesmo. Em uma das ocasiões acompanhadas por VEJA, o prato de Jacob esteve recheado de bacalhau. Os hábitos alimentares do deputado-presidiário são custeados pela Câmara.
Em nota, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, informou que é “proibida a entrada de internos com qualquer objeto ou alimento no presídio sem autorização”. “A entrada de alimentos autorizados só é possível por meio da família, durante o período de visita”, adicionou.
Celso Jacob foi condenado a sete anos e dois meses de prisão por fraude em licitação cometida quando era prefeito de Três Rios, no Rio de Janeiro. Como cumpre pena em regime semiaberto, ele obteve autorização judicial para trabalhar durante o dia no Congresso e dormir à noite da penitenciária.
O congressista também tem direito a sair a cada quinze dias, durante os finais de semana. Nesse caso, conforme aconteceu no último sábado, ele dorme em um hotel – a hospedagem também é paga com recursos públicos.
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