O ministro da Saúde anunciou na terça-feira (6) que o governo federal está preparando uma portaria para disciplinar o retorno às aulas em todo o país. Marcelo Queiroga demonstrou preocupação com o fato de alguns alunos estarem há um ano e meio sem aulas presenciais. “Nós queremos que as escolas também voltem. É por isso que o governo já está trabalhando sob a coordenação do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, com o ministro Milton Ribeiro, eu, e o ministro chefe da AGU, André Mendonça, para termos uma portaria interministerial para disciplinar a volta às aulas, porque não é possível que fique um ano e meio sem aulas para os nossos adolescentes e jovens”, afirmou. Atualmente, 25 Estados e o Distrito Federal já liberaram a volta às aulas em modelo híbrido nas escolas privadas. Na rede pública, entretanto, a retomada do ensino ainda é desigual e ocorre em ritmos diferentes pelo país. Em São Paulo, por exemplo, as salas de aula poderão receber 100% dos estudantes a partir de agosto, desde que sejam respeitados os protocolos sanitários e a vontade dos pais.
A porta-voz do Movimento Escolas Abertas, Isabel Quintella, defende que a medida seja adotada em nível nacional. “As perdas acadêmicas, emocionais, de desenvolvimento são incalculáveis, muitas irrecuperáveis. Então a gente vê com bons olhos que se faça, que exista um esforço a nível nacional para que as crianças possam todas voltar para a sala de aula nesse segundo semestre”, disse. O professor de história da rede estadual, Severino Honorato vê com receio a possibilidade de reabertura total das escolas neste ano. “Apesar do ritmo da vacinação ter aumentado e alguns professores estarem vacinados, entendemos que ainda não houve a vacinação dos estudantes, das crianças, dos adolescentes. E devido as condições que as escolas se encontram, falta de funcionários, higienização, de estrutura, é um perigo colocar tanta gente em uma espaço que pode trazer uma onda de contaminação”, concluiu. Desde abril, profissionais da educação estão sendo vacinados no Estado de São Paulo. Somente na capital serão 83.359 professores, de 18 a 44 anos, imunizados.
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