De acordo com o que foi revelado por interlocutores do setor de petróleo que acompanham de perto a movimentação do mercado nacional e internacional os preços dos combustíveis não devem sofrer reajuste no curto prazo. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), há duas semanas os preços internos estão defasados em relação aos parâmetros internacionais. Contudo, o mercado está instável devido ao câmbio e o valor do barril do tipo Brent no mundo, o tipo de petróleo usado como referência para a Petrobras na política de paridade de preços. Nesta quarta-feira, 19, por exemplo, o Brent fechou com alta de expressiva de 2,64%, negociado a US$ 92,41. Mas o Brent, nesta semana, chegou a oscilar na casa dos US$ 90. A Petrobras tem adotado a estratégia de não repassar ao mercado interno a instabilidade e volatilidade do mercado internacional. Na semana passada, após 15 semanas em queda, o litro da gasolina no país subiu, em média, 1,4%, o que tem a ver com a alta do preço do álcool anidro que é misturado ao combustível. Há problemas na colheita de cana-de-açúcar e atrasos na moagem, que acarretam na elevação do anidro.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pedro Rodrigues, destacou que muitos postos de combustível aproveitaram a alta da demanda para aumentar um pouco a margem de retorno sem comprometer o volume de vendas: “A verificação do aumento do preço da gasolina nas últimas dezesseis semanas é um movimento normal de mercado. Os preços dos combustíveis no Brasil são livres, logo os postos de revenda podem colocar o preço que quiserem dependendo do custo e da necessidade de cada posto. Portanto, esse aumento nas últimas semanas pode ser explicado por um movimento natural do mercado, um custo que possa ter subido ou até mesmo tentar capturar um pouco da margem dadas as quedas sucessivas que existiram, sem que se prejudique a demanda por combustível”. Desde que assumiu o comando da Petrobras, o CEO Caio Paes de Andrade promoveu sucessivos cortes nos preços dos derivados do petróleo devido a uma conjuntura mais favorável e a redução do ICMS, com um teto de 18% para os estados.
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