A revista "Veja" publicou na manhã desta sexta-feira (30) uma reportagem em que divulga o paradeiro de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Após três meses de buscas, a revista divulgou que o assessor vive no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo e, faz tratamento no Hospital Albert Einstein.
Ele foi visto no final da tarde na última segunda-feira (26) no Centro de Oncologia e Hematologia do hospital também no Morumbi, onde faz tratamento para câncer no intestino. Segundo a revista, ele passou sozinho pela recepção sem chamar a atenção, usando boné preto e óculos de grau. Ainda de acordo com a revista, ele faz os deslocamentos de táxi ou Uber até o local.
Queiroz estava desaparecido desde o dia 12 de janeiro quando postou na internet um vídeo dançando em um hospital durante a recuperação de uma cirurgia. Desde então, ele não fez mais aparições públicas e o bordão "Cadê o Queiroz?" se tornou popular nas redes sociais.
Apesar das buscas, é importante destacar que não há ordem de prisão contra ele, nem mesmo determinação para que deponha.
Pouco antes de fazer uma cirurgia para tratar o câncer de intestino no final do ano passado, Queiroz foi alvo de escândalo envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Segundo a "Veja", desde então, Queiroz tem se esforçado para se manter longe dos holofotes o que acabou prejudicando o seu tratamento. A revista conversou com um dos amigos de Queiroz, o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), segundo ele, em uma troca de mensagens, o ex-assessor afirmou estar "baqueado".
Queiroz tem tumor no intestino grosso, próximo a saída do reto. Para tratar da doença, ele ficou internado de 30 de dezembro de 2018 a 8 de janeiro de 2019 no Einstein, onde passou por uma cirurgia. Segundo o jornal O Globo, o procedimento custou R$ 133.580 e foi pago em dinheiro vivo. Os dados foram confirmados por Paulo Klein, advogado de Queiroz.
Ainda segundo a revista, de acordo com uma pessoa próxima, Queiroz tem sofrido com novos sangramentos. O que pode ser uma lesão local, ou a possível volta do câncer. A “Veja” procurou Queiroz, mas ele não quis se pronunciar.
Relatório do Coaf
Fabrício Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, quando foi exonerado. Em 2018, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou em sua conta movimentações atípicas no valor total de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
O relatório do Coaf, apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
De acordo com o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, o valor veio de um sistema de coleta de repasse de dinheiro de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro. Na época, Queiroz disse que o dinheiro veio do lucro da venda de carros e depois afirmou que recolheu salários dos funcionários do gabinete para poder contratar mais gente.
O MP do Rio abriu um procedimento para investigar o caso. Porém, em julho de 2019, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, acolheu o pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – um dos cinco filhos do presidente Jair Bolsonaro – e suspendeu temporariamente todas as investigações em curso no país que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo Coaf.
O julgamento sobre uso de dados sigilosos do Coaf em investigações está previsto para o 21 de novembro. No entanto, Toffoli informou que pretende antecipar.
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