Antônio José da Silva, mais conhecido como “Antônio de Lieta”, 65, estava internado há nove dias com uso de respirador na Unidade de Pronto Atendimento de Delmiro Gouveia (Upa), que está com todos os leitos clínicos e duas das quatro vagas de UTI intermediárias ocupados.

Ele seria transferido para outra unidade de saúde, mas, devido a superlotação da maioria dos hospitais do estado, morreu antes que acontecesse a remoção.

O pajé ficou muito debilitado com um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu há alguns anos e era cadeirante. Apesar de ter recebido as duas doses da Coronavac logo no início da vacinação contra a Covid-19, o indígena contraiu a doença e o estado de saúde dele se agravou rapidamente.

A esposa do pajé também contraiu a doença causada pelo novo coronavírus, mas se recuperou. Duas filhas do casal continuam infectadas, mas se recuperam em casa.

O corpo do pajé “Antônio de Lieta” foi liberado para sepultamento, sem que houvesse velório devido aos protocolos sanitários contra a proliferação da pandemia.

Outra perda

Também faleceu no início deste mês o fundador e cacique da aldeia Geripancó, situada no povoado Ouricuru, em Pariconha. Genésio Miranda não foi vítima da Covid-19, mas a perda dele também abalou os povos indígenas das três etnias presentes no município.

Luto no município

Em decorrência da morte do pajé “Antônio de Lieta”, que era uma das maiores lideranças indígenas do município, o prefeito Tony, que é índio da Aldeia Karuazu, decretou ponto facultativo nesta quarta-feira (16) no município.