Já faz mais de um mês que os irmãos José Jacob Gomes Brandão e José Júlio Gomes Brandão passaram a ser considerados foragidos da Justiça de Alagoas e tiveram os nomes inseridos na lista de procurados da Polícia Federal.
Os dois passaram ser foragidos depois da “Operação Ánomo”, deflagrada pelo Grupo de Ação Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ex-Gecoc, do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), no dia 11 de abril.
Jacob e Júlio são acusados de envolvimento em um suposto esquema de corrupção, que teria desviado mais de R$ 12 milhões dos cofres da Prefeitura de Mata Grande, por meio de quatro empresas fantasmas para locação de veículos.
Quem tiver informações que levem ao paradeiro dos irmãos Brandão pode ligar para o número 181, do Disque-denúncia da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
O esquema
As investigações comprovaram que as empresas concorriam nas licitações, venciam e, depois, supostamente, sublocavam toda a frota exigida pela prefeitura a pessoas físicas, geralmente parentes e correligionários do prefeito. Segundo o MPE, nos contratos da prefeitura ficava um percentual de 40% para o pagamento de quem sublocava os veículos e os outros 60% eram divididos entre o prefeito, o dono da empresa e possíveis atravessadores.
Somente com o contrato fraudulento celebrado com a empresa Marcelo Calado dos Santos ou Albatroz, o prefeito Jacob Brandão lucrava entre R$ 40 e R$ 70 mil por mês.
Em duas contas bancárias disponibilizadas por laranjas, um deles que trabalha como barbeiro e possui renda mensal de um salário mínimo, os valores movimentados no curto período de um ano, envolvendo as quatro empresas, chegaram a R$ 11 milhões. Nesse caso, elas assumiam o fornecimento de vários serviços, todos fictícios, não somente de locação de veículos. A investigação do MPE aponta ainda que, na sequência, quando o dinheiro era depositado, um atravessador fazia os saques, tirava a sua comissão, repassava para outra pessoa ligada diretamente ao ex-prefeito Jacob Brandão que também retinha seu percentual e, por último, entregava o restante ao gestor.
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