Um pastor identificado como José Caitano Neto e outras seis pessoas foram presos nesta quarta-feira (28), em São Paulo, acusados de comandarem um esquema de emissão de certificados falsos de graduação e pós-graduação, segundo reportagem do portal da Folha de São Paulo divulgada nesta quinta (29).
José Caitano Neto e os demais suspeitos controlavam o Grupo Digamma Educacional, que comandava pelo menos oito faculdades espalhadas pelo país, entre elas a Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar (Fasvipa), de acordo com a reportagem da Folha.
A apuração aponta ainda que os diplomas falsos eram emitidos no Itaim Paulista, extremo oeste da capital, numa sala comercial onde supostamente funcionaria um escritório de advocacia e contabilidade.
Cerca de 30 certificados diferentes podiam ser comprados no local, conforme a reportagem da Folha de São Paulo. Um diploma em administração, por exemplo, custava até R$ 35 mil. Já a graduação em medicina, cerca de R$ 100 mil.
Além da Fasvipa, o Grupo Digamma Educacional comanda as seguintes instituições: Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras (Facel), Sociedade Paranaense de Ensino e Informática (Spei), Afirmativo (Fafi), Faculdade São Francisco (Fatest), Faculdade Educacional de Matelândia (Fama), Ação e Faculdade Estação (EBS). As instituições estão espalhadas pelo Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Alagoas.
O que diz a defesa
A defesa de José Caitano Neto afirmou para a Folha, por meio de nota, que a denúncia é falsa e partiu de um ex-funcionário que tentava “se livrar” de uma acusação de desvio nos cofres do Grupo Digamma Educacional, registrada na semana passada.
Segundo o advogado Ademir Sérgio dos Santos, que representa José Caitano, os documentos apreendidos nos escritórios do grupo são verdadeiros e foram esclarecidos à polícia. “Os fatos foram apurados de forma genérica sem sequer um resultado pericial que atestasse qualquer falsidade. (...) Trata-se de prisão arbitrária que com certeza será revogada de imediato pelo Judiciário”, declarou o advogado para a reportagem da Folha de São Paulo.
Antes de ser preso, José Caitano Neto havia afirmado à Folha que o responsável pela venda de diplomas em nome de suas faculdades também era um ex-funcionário, que já havia sido demitido. Segundo o pastor, o antigo empregado agiu “de má-fé com acordos obscuros com outras instituições, onde o mesmo falsificava assinaturas para a liberação de diplomas”, disse ele na ocasião por e-mail.
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