Três irmãos se entregaram para a polícia e confessaram ter assassinado o vigilante Rogério Spnelo, mais conhecido como “Rogério de João de Lipú”, 39, morto durante a madrugada do dia 29 do mês passado, no Sítio Embrejado, em Mata Grande.
Os suspeitos tratam-se de dois adolescentes, um com 16 e outro com 17 anos, e um adulto. Eles ligaram para a polícia depois que tiveram as casas invadidas por supostos familiares da vítima.
Uma guarnição policial do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em parceria com a Polícia Civil, conduziu os suspeitos para o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), situado em Delmiro Gouveia, onde serão interrogados pelo delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da 1ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) e responsável pela Delegacia Distrital de Polícia de Mata Grande (28ª-DP).
Cavalcanti adiantou para a reportagem do Correio Notícia que irmãos serão ouvidos nesta terça-feira (4), mas que já confessaram participação do crime.
A polícia investigou que no dia do assassinato Rogério entrou sem ser convidado em uma festa de São Pedro na casa do senhor Ednaldo, genro de um dos suspeitos, quando começou a arrumar confusão entre os convidados. Ele era muito conhecido na região e tinha chegado recentemente do estado de São Paulo, onde trabalhava e residia.
Diante da confusão, o idoso pediu para Rogério retira-se da festa, de modo que ele não gostou e saiu do local ameaçando retornar para matar Ednaldo. Pouco tempo depois, o vigilante retomou armado com revólver calibre .38, com o qual atirou pelo menos quatro vezes contra o dono da casa.
Segundo o delegado Rodrigo Cavalcanti, ao ver o sogro caído no chão, o genro e os dois irmãos menores de idade saíram em perseguição ao suspeito, que diante da situação teria efetuado outros dois disparos na direção deles. Os tiros não acertaram os alvos.
Com a arma já em munições, Rogério entrou numa mata para tentar escapar dos irmãos, mas foi capturado e teve os pés e mãos amarrados por eles. “Eles contaram que movidos pela emoção do momento atingiram Rogério com golpes de faca, pauladas e pedradas, matando-o. Não tenho ainda o resultado do laudo cadavérico, mas vamos verificar se houve tiros também”, disse o delegado Rodrigo Cavalcanti.
Rodrigo Cavalcanti adiantou que a investigação aponta para um homicídio emocional, ou seja, os suspeitos cometeram o assassinato movidos pela forte emoção provocada pelo atentado contra o senhor Ednaldo. “Para mim o caso está elucidado. Vou concluir o inquérito e remeter para o Ministério Público e posterior apreciação do Poder Judiciário. Não pretendo pedir a prisão preventiva deles, vou deixar que a Promotoria de Justiça e o Judiciário decidam”, concluiu o delegado Regional.
Como os três irmãos não tem mandado de prisão, serão ouvidos no Cisp de Delmiro Gouveia e depois liberados para responder ao processo em liberdade.
A investigação do caso contou com o apoio do Setor de Inteligência do 9º - BPM, sob a coordenação do comandante do quartel, tenente-coronel Winston Santana.
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