Uma operação da Polícia Federal (PF/AL), deflagrada na manhã desta terça-feira (10), cumpriu 14 mandados de busca e apreensão contra políticos e outras pessoas em Maceió, Batalha e Jacaré dos Homens.
Denominada Malacafa, a ação, que é um desdobramento da Operação Sururugate, tem como objetivo desbaratar um esquema de funcionários fantasmas na folha de pagamento da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).
A operação contou com a participação de 60 policiais federais. Mais detalhes da ação não foram divulgados pela Polícia Federal.
Baixinho Boiadeiro denunciou “esquema” na ALE
Em um vídeo publicado no Youtube no início de fevereiro, José Márcio Cavalcante de Melo, mais conhecido como “Baixinho Boiadeiro”, que está foragido suspeito de ter assassinado o vereador Tony Pretinho, de Batalha, deu detalhes da trama que resultou no assassinato de seu pai, o vereador Adelmo Rodrigues de Melo, conhecido como "Neguinho Boiadeiro”.
Ele apresentou uma lista com os nomes de 17 supostos “servidores fantasmas” da Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Segundo ele, esses servidores receberiam salários que varivam de 12 a 17 mil reais, porém, ficariam com apenas R$ 300 desse valor a cada mês.
Isso porque, segundo ele, o restante era repassado a Paulo Dantas, que é filho do deputado Luiz Dantas (MDB), atual presidente da ALE, e marido de Marina Dantas (MDB), atual prefeita de Batalha.
Ainda no vídeo, o filho de Neguinho Boiadeiro voltou a afirmar que os responsáveis pela morte do pai foram Paulo e a esposa Marina Dantas e duas pessoas identificadas apenas como Teobaldo e Hermes. Conforme ele explicou, o pai foi vítima do assassinato justamente por possuir essa lista de supostos laranjas.
Depois desse vídeo, Paulo Dantas pronunciou-se por meio de nota e negou todas as acusações feitas por Baixinho Boiadeiro.
A lista apresentada no vídeo por Baixinho Boiadeiro foi entregue por seus advogados na sede da PF em Alagoas. Depois disso, a PF realizou diligências em Batalha e constatou que, entre os nomes presentes na lista, estavam o da esposa e da sogra de um vereador da cidade.
A Polícia também constatou que muitos dos citados na lista vivem de forma muito humilde, em condição bem abaixo do que o suposto salário pago pela ALE poderia proporcionar (em torno de R$ 10 mil).
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