Os integrantes do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) deferiram, à unanimidade de votos, os pedidos de reforço de tropas federais formulados para as 5ª (Chã Preta) e 27ª Zonas Eleitorais (Mata Grande, Inhapi e Canapi).
O julgamento aconteceu na sessão plenária desta quinta-feira (22) e os processos já foram encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O desembargador eleitoral Alberto Maya de Omena Calheiros foi o responsável pela relatoria dos dois pedidos de tropas federais.
Na 27ª Zona Eleitoral, que abrange os municípios de Mata Grande, Canapi e Inhapi, o pedido de envio de tropas federais foi formulado pelo juiz eleitoral João Dirceu Soares Moraes, que apresentou uma série de motivos que justificariam o auxílio dos militares, inclusive várias notícias colhidas em jornais eletrônicos e documentos.
Em seu voto, o desembargador Alberto Maya explicou que a 27ª Zona Eleitoral se situa em região de fronteira, fazendo divisa com o Estado de Pernambuco e muito próximo da Bahia. Tal região seria popularmente conhecida como “Triângulo das Bermudas” e seria bastante conflituosa, historicamente apresentando problemas no âmbito da segurança pública originados pelo narcotráfico e pela atuação de organizações criminosas.
“Recentemente, um atropelamento coletivo e um linchamento durante evento eleitoral comprovou o clima de animosidade entre candidatos, cabos eleitorais e eleitores, além de registros de provocações e discussões acaloradas em atos de campanha entre grupos políticos rivais”, exemplificou o desembargador eleitoral.
No voto, que foi acompanhado à unanimidade pelos demais integrantes do TRE/AL, o relator enfatiza que o efetivo policial na região é diminuto, sendo a Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar de Alagoas, sediado em Mata Grande, composta por um efetivo de apenas dois policiais militares e apenas uma viatura em cada um dos municípios de sua área de cobertura.
A Polícia Civil também possui carência de pessoal, contando apenas, em Mata Grande e Canapi, com um delegado, um chefe de operação, um chefe de cartório e cinco agentes. Em Inhapi, o efetivo seria de apenas um chefe de cartório e três agentes.
Para a 5ª Zona Eleitoral, o pleito foi formulado pela coligação “Chã Preta em Boas Mãos”, afirmando que uma série de motivos justificariam o reforço dos militares na cidade. No processo encaminhado ao TRE/AL, foram anexados documentos e notícias relativas ao quadro de violência na localidade.
O Ministério Público Federal também opinou favoravelmente ao envio das tropas para Chã Preta. De acordo com o voto do desembargador-relator, há um forte clima de animosidade entre os candidatos, cabos eleitorais e eleitores na cidade, notadamente em razão do deputado Francisco Tenório e seus correligionários, conhecidos pela prática de violência, atuarem diretamente nestas eleições.
“Diversas notícias são veiculadas na imprensa local acerca de situação de instabilidade política e de violência pública, provocando um acirramento entre os grupos políticos locais. Ademais, o efetivo das forças de Segurança Pública é insuficiente para garantir a ordem e a segurança das eleições”, justificou o desembargador Alberto Maya.
Finalizando seu voto, o relator enfatiza que o histórico de violência política em Chã Preta fez com que o TRE/AL solicitasse ao TSE o envio de tropas federais nas eleições de 2000, 2004, 2008 e 2012.
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