A filiação do ex-prefeito João Carlos Rodrigues, o "Joãozinho", no MDB, levado pelo tio, o patriarca da família, Siloé Moura, e a prima, atual prefeira, Jeane Moura, dá claros sinais para esta interpretação.

Curiosamente, "Joãozinho" antecedeu Jeane Moura no cargo de prefeita. Ele foi eleito pela primeira em 2012, quando obteve 3.553 votos (57,14%). Seu opositor foi Edivânio Cirilo, que teve 2.665 votos (42,86%).  

Jeane, filha do ex-prefeito Siloé, que administrou o município até 2012, assumiu a prefeitura pela primeira vez em 2016, após o primo, "Joãozinho", ser convencido a não disputar a reeleição. 

Em sua primeira eleição, a atual vice-presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA) enfrentou Edivânio Cirilo, sendo eleita  com 4.010 votos (58,48%), enquanto que nesta segunda tentativa de Cirilo de enfrentar os Moura obteve 2.847 votos (41,52%). Eleita, Jeane ainda teve que enfrentar a Justiça Eleitoral, após ser denunciada por ter supostamente usado o poder econômico (captação ilícita de sufrágio e corrupção eleitoral) contra o candidato da oposição. Ela foi julgada e inocentada por unanimidade (7 x 0) pelos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). 

Na eleição seguinte, em 2020, Jeane voltou a derrotar a oposição. A atual gestora foi eleita com 4.332 votos (67,73%) contra o empresário Renilson de Souza Balbino, o "Padre", que obteve 2.064 votos (32,27%). 

Se observarmos os dados do TRE, constatamos duas provaveis situações que têm mantido a família Moura no poder há quase duas decádas. A primeira é a desunião da oposição e a segunda a falta de estratégia por parte da mesma oposição em relação à quantidade de abstenções.

Em 2012 foram 809 (10,76%) eleitores que não se identificaram com os candidatos a prefeito do município. Na eleição seguinte, em 2016, a quantidade subiu para 1.459 (16,69%) e em 2020 foram 2.049 (23,14%). 

Por enquanto, embora existam diversas conjecturas, os Mouras não têm oposição em Senador.