O PSDB e o Cidadania formalizaram nesta quarta-feira (27), em convenção em Brasília, o apoio à senadora Simone Tebet (MDB-MS) na disputa pela Presidência da República.
A convenção acontece no mesmo dia em que o MDB deve oficializar a candidatura de Simone ao Palácio do Planalto.
PSDB e Cidadania se uniram em maio deste ano em uma federação. Neste formato, as legendas são obrigadas a se manter unidas, atuando como uma sigla só, por pelo menos quatro anos. A federação já havia anunciado apoio a Simone Tebet.
Pesquisa Datafolha divulgada em junho mostrou Simone Tebet em quinto lugar, com 1% das intenções de voto, atrás de Lula (PT), com 47%; Jair Bolsonaro (PL), com 28%; Ciro Gomes (PDT), com 8%; e André Janones (Avante), com 2%.
Diante desse cenário, setores do MDB defenderam, nos últimos meses, que o partido não tivesse candidato próprio à Presidência e apoiasse Lula na disputa.
A convenção PSDB-Cidadania aconteceu em formato híbrido (virtual e presencial), na sede do PSDB em Brasília. Simone Tebet fez uma breve participação, de maneira virtual, e o apoio dos partidos a ela foi aprovado por unanimidade, com o aval dos 19 votantes.
Presidente da federação, Bruno Araújo reconheceu que Simone Tebet tem grau de desconhecimento "exponencialmente maior" que os demais candidatos à frente nas pesquisas e disse ter "certeza" que a senadora vai apresentar um projeto "inovador" e com a possibilidade de "quebrar a polarização" entre Lula e Bolsonaro.
"Nós estamos fazendo a nossa parte, de não ficar sentado assistindo ao jogo que parece jogado, quando ainda não foi consultado de forma objetiva o principal, que é o eleitor, e que só vai fazê-lo no dia da eleição", disse Araújo.
"Muitos achavam que era muito difícil nós conseguirmos essa unidade. E nós estamos vendo é que a partir de hoje vai se começar a escrever a verdadeira história dessa eleição", acrescentou Roberto Freire, vice-presidente da federação.
Vice segue indefinido
Apesar de chancelar o apoio à candidatura de Tebet, PSDB e Cidadania ainda não definiram quem será candidato a vice na chapa.
Os principais cotados são os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eliziane Gama (Cidadania-MA).
Conforme relatos dos presentes, Tasso disse no encontro, a portas fechadas, que está pronto "para o que der e vier". Já Eliziane afirmou que a candidatura de Tebet é "viável" e ajudará a vencer a campanha de "ódio".
De acordo com Bruno Araújo, o nome do vice será definido "o mais rápido possível" e em um "ambiente de consenso". Segundo ele, além de Eliziane e Tasso, há outras alternativas que serão "afuniladas". Araújo ponderou, no entanto, que Tasso Jereissati tem prioridade.
"A definição nossa da vice passa, primeiro, de forma muito objetiva, por cumprir uma primeira etapa. Há um consenso de que essa vaga tem um espaço prioritário por parte do senador Tasso. Não há uma posição conclusiva ainda nesse diálogo entre o senador Tasso e a senadora Simone", disse, ressaltando que, caso o nome do tucano não se confirme, serão buscados outros "grandes nomes".
Um dia antes da convenção, Tasso emitiu nota na qual diz que Tebet é "preparadíssima" e capaz de unir o Brasil. Ele ponderou, porém, que a definição sobre a vice ainda depende de uma série de conversas e entendimentos internos.
PSDB teve pré-candidato
No ano passado, o PSDB fez prévias para definir qual nome do partido disputaria a Presidência da República neste ano. O então governador de São Paulo, João Doria, venceu as prévias e passou a ser o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto.
No decorrer do ano, porém, Doria não conseguiu apoio da cúpula do PSDB para seguir na disputa e acabou anunciando sua saída da corrida presidencial. O PSDB, então, passou a apoiar Simone Tebet.
Em 2018, o candidato tucano à Presidência foi o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, atualmente no PSB e candidato a vice na chapa de Lula nas eleições deste ano.
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