O ex-presidente Michel Temer avalia que democracia e presidencialismo estão em cheque. Em evento online, ele defendeu a mudança para o semipresidencialismo, em uma mescla com o parlamentarismo. “O povo ainda elege o presidente da República, com poderes especialíssimos, entre eles a possibilidade de vetar e sancionar projetos de lei, mas também a função de governo, de cuidar da administração pública interna, vai caber ao parlamento”, disse o político, que considera o atual modelo “esfarrapado”. “Você acaba com a história do impeachment. Se houver mudança de governo, ela se muda quando o primeiro-ministro perde a maioria no parlamento. Você dá responsabilidade ao parlamentar. Quando ele for buscar a próxima eleição vai dizer: eu governei bem, se foi do bloco da situação, ou ‘eu contestei bem’, se for do bloco da oposição.”
Michel Temer analisou ainda a possibilidade da redução no número de partidos políticos. “Eliminação de partidos políticos é uma coisa que ouço há 25 anos e não conseguem. Se tivermos esse sistema que estou propondo, teremos dois partidos: o bloco da situação e o bloco da oposição. Essa seria a grande reforma política do país, é mudar o sistema de governo”, disse. O ex-presidente Michel Temer pontuou que a Constituição Brasileira ainda é jovem, mas o país já passou por dois impeachments. Mesmo assumindo o poder nessa condição, Temer admite os traumas institucionais do impedimento de um presidente e ressalta que sempre há pedidos de impeachment no Congresso Nacional que promovem uma constante instabilidade política e governamental.
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