Miguel Falabella foi dispensado pela Globo após 38 anos de casa. O ator foi comunicado que seu contrato não seria renovado na quinta-feira (4). A demissão do diretor acontece em meio à política de cortes de gastos que a emissora está implementando por conta da pandemia do coronavírus, que reduziu as receitas publicitárias da empresa.
A informação foi dada em primeira mão pela colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, e confirmada pelo Notícias da TV. O motivo da demissão do dramaturgo seria o alto salário e baixa produção.
Falabella entrou na Globo em 1982, e a primeira novela em que atuou foi Sol de Verão (1993), de Manoel Carlos. Ele não parou mais: fez Selva de Pedra (1986), Amor com Amor se Paga (1984), Tieta (1989), Livre para Voar (1984), O Outro (1987), Mico Preto (1990), A Viagem (1994), Cara & Coroa (1995) e a minissérie As Noivas de Copacabana (1992).
Sua primeira novela como autor foi Salsa e Merengue (1996), em coautoria com Maria Carmem Barbosa, assim como A Lua Me Disse (2005). Também escreveu Negócio da China (2008) e Aquele Beijo (2012).
Se destacou como roteirista das séries de humor Sai de Baixo (1996-2002), em que conquistou o público com o ranzinza Caco Antibes; Toma Lá, Dá Cá (2007-2009) e Pé na Cova (2013-2016). Falabella ainda apresentou o extinto Vídeo Show (1983-2019) durante 15 anos, entre 1987 e 2001.
O último projeto do diretor no Grupo Globo foi Eu, Minha Avó e a Boi (2019), série disponibilizada no Globoplay e baseada em mensagens publicadas no Twitter por Eduardo Hanzo.
No ano passado, ele já tinha dito que pretendia deixar a emissora para "ter mais liberdade". Durante o 47º Festival de Cinema de Gramado, em que lançou seu filme Veneza (2019), ele revelou que não pretendia renovar o contrato de exclusividade que mantinha com a emissora e que venceria dali a ano e meio.
Demissões na Globo
Assim como a dispensa de José de Abreu, a saída de Falabella da Globo está no contexto de cortes de despesas de até 20% que o Notícias da TV adiantou no início da semana. A emissora não está renovando o contrato de quem não tem previsão de novos trabalho.
A pandemia da Covid-19 obrigou a empresa a acelerar mudanças previstas no projeto Uma Só Globo, que unifica cinco unidades de negócios, entre elas a Globosat e o Globoplay. Vai haver cortes de custos, o que inclui demissões, mas não um passaralho, segundo o CFO (chief financial officer/diretor financeiro), Manuel Belmar da Costa.
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