A auditoria contratada por Dudu e seus advogados atualizou para R$ 22.221.192,78 o valor do desfalque sofrido pelo atacante do Palmeiras em suas contas, a partir de movimentações financeiras sem sua autorização e com assinaturas falsas.
Esta quantia é o motivo da investigação realizada pela Polícia Civil, que na segunda-feira cumpriu dois mandados de prisão.
Thiago Donda, ex-braço direito e padrinho de casamento do jogador, também teve mandado de prisão expedido, mas não foi encontrado.
O cálculo dos R$ 22 milhões é feito a partir de: transferências com assinaturas falsas para Thiago Donda e sua empresa, a BWF Assessoria e Agenciamento; juros, encargos e multas por impostos atrasados, cédulas de crédito bancário e transferências de veículos com assinaturas falsas.
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Quando os advogados pediram a instauração do inquérito, no começo do ano, o valor parcial era de R$ 18 milhões, mas novos documentos foram avaliados desde então.
A investigação é realizada pelo 15º Distrito Policial de São Paulo e ainda não teve conclusão.
Entenda o caso
O caso começou em agosto do ano passado, após o jogador do Palmeiras descobrir que a “Dudu Sete Agenciamento de Imagens Esportivas”, empresa em que recebe direitos de imagem do Verdão, não recolhia impostos desde 2018.
Já havia até um acordo com o governo para quitar o débito, além de execuções ajuizadas desde 2022, tudo sem conhecimento do camisa 7.
Os advogados do atacante do Palmeiras entendem que Thiago Donda poderia estar usando de forma indevida o valor que deveria ser para pagar os impostos da empresa aberta do jogador.
Thiago era assessor de Dudu, e com o tempo começou a ter acesso às finanças do atacante e movimentar as contas, sem anuência dele, mas autorizado por funcionários do banco.
Desde então, iniciou-se uma auditoria para levantar o que vinha acontecendo, e os advogados do atleta pediram a abertura de inquérito, em que já eram citados como possíveis envolvidos Thiago Donda, Joelson e Thiago Rocha, ex-escrevente do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, onde eram reconhecidas as assinaturas falsas.
Os advogados de Dudu entendem que houve uma série de fraudes:
Transferências e pagamentos de valores para conta de terceiros utilizando fichas internas com assinaturas falsas;
Compensações de cheques com assinaturas falsas;
Débitos nas contas bancárias de produtos ofertados pela entidade bancária sem contratação e conhecimento da vítima;
Operações de empréstimos mediante oferta de produtos;
Venda de Títulos de Capitalização sem autorização da vítima;
Transferências de valores para conta de terceiros com autorizações preenchidas pelo gerente sem anuência do correntista e transferências de veículos sem anuência;
Falsificações de assinatura;
Baixas de aplicações financeiras e resgates de ativos financeiros sem conhecimento da vítima;
Utilização de PIX e TED não autorizadas.
Ainda que Thiago Donda seja citado como possível responsável, há o entendimento da acusação de que o ex-assessor não atuou sozinho e teve anuência de funcionários no Bradesco e também do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo.
Joelson, além de ter sido gerente das contas do jogador, já foi citado como responsável pela venda de uma Mercedes GLA 250, registrada na empresa de Dudu e transferida com assinatura falsa, sem conhecimento do jogador.
No pedido de abertura de inquérito, a acusação também diz ter indícios de que o Donda abriu em 2021 a Nido Clínica de Estética Avançada e Medicina Esportiva com quantias retiradas das contas do jogador do Palmeiras sem seu consentimento.
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