O auxílio a caminhoneiros cogitado pelo governo federal no valor de R$ 400 foi classificado como “esmola” por entidades que representam a categoria. O valor seria suficiente para rodar apenas 90 km por mês. Críticas também vieram de parlamentares, como a deputada Gleisi Hoffmann (PT). “Aí ficam inventando de tirar imposto dos Estados, inventando negócio de dar vale gás, vale caminhoneiro. Isso é ridículo, é humilhante para o povo brasileiro. Precisamos dar emprego, preço justo de combustível”, afirmou. Durante sessão na Câmara dos Deputados, o deputado federal Nereu Crispim, presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros, também se manifestou sobre o benefício de R$ 400.
“É uma vergonha, um deboche para a categoria que está desde 2019 lançando na Câmara uma série de proposições para realmente resolver o problema em definitivo dos combustíveis no Brasil”, afirmou o parlamentar. Líderes do governo no Congresso chegaram a discutir um aumento no auxílio financeiro, podendo chegar a R$ 1 mil mensais. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi questionado sobre o aumento, mas desconversou. “Temos que ter cautela nessas mudanças legislativas que podem aparentar um tipo de solução, mas podem não ser solução nem de curto, nem médio ou longo prazo”, reconheceu o presidente do Congresso.
A ideia inicial seria incluir o auxílio na Proposta de Emenda à Constituição que cria uma espécie de compensação nos Estados por perdas na arrecadação do ICMS. Ainda não há sinalização de onde sairia verba para o benefício e como viabilizar a proposta diante das restrições da Lei Eleitoral. A criação de programas sociais em ano de eleições só pode acontecer em caso de calamidade pública ou estado de emergência, que é uma das possibilidades em articulação.
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