O presidente da Bolívia, Luís Arce, decidiu fechar toda a fronteira com o Brasil pelo período de sete dias a partir da zero hora de sexta-feira (2) numa tentativa de evitar que a variante brasileira do coronavírus, a P1, passe a circular no país vizinho.
O anúncio foi feito pelo Twitter do presidente e confirmado pelo ministro da Saúde, Jeyzon Auza, em uma coletiva de imprensa. Também será preciso fazer um isolamento de 10 dias após ingresso no país. Brasil e Bolívia compartilham uma fronteira de quase 3.400 km e caberá ao Exército boliviano fazer a fiscalização.
“No marco das medidas para proteger a população, instruímos o fechamento temporário das fronteiras com o Brasil, por sete dias. Os Ministérios da Saúde, do Governo da Bolívia e das Relações Exteriores providenciarão o fechamento temporário de outros pontos, com base na situação epidemiológica”, disse o presidente, pelas redes sociais.
A medida se junta à decisão do governo de vacinar em massa a população maior de 18 anos residente em quatro regiões da fronteira. Os moradores de Puerto Suárez, Puerto Quijarro, Carmen Rivero Torrez e San Matías serão vacinados – nesses locais houve aumento de casos de Covid-19.
A vacinação para essa população começou na segunda-feira (29) e, segundo Carlos Hurtado, gerente da unidade epidemiológica do Serviço Departamental de Saúde (Sede), esse atendimento é uma medida emergencial para prevenir o possível contágio dos bolivianos pela variante P1, a cepa brasileira considerada mais contagiosa e mais letal.
Segundo o site do Ministério da Saúde boliviano, foram enviadas 3.500 doses para Puerto Quijarro; 4.589 a Puerto Suárez; 1.528 a Carmen Rivero Tórrez e 3.000 a San Matías. O governo também reforçou o controle epidemiológico na fronteira, aumentou a testagem e encaminhou milhares de máscaras e medicamentos para atendimento dessa população.
A suspeita da chegada da variante P1 à Bolívia surgiu porque alguns bolivianos se contaminaram depois de participarem de um casamento em Corumbá (MS), mas o Ministério da Saúde ainda aguarda os resultados de testes laboratoriais para confirmar se esses casos recentes estão realmente associados à P1.
Segundo o jornal El Deber, a vacinação nesses locais acontecerá por faixa etária e será feita a todos ao mesmo tempo, com ampliação dos postos de saúde fixos para que não haja superlotação. O governo estima que precisa de 30 dias para imunizar toda a população da região.
Na terça-feira (30), o presidente Luis Arce afirmou que iria acelerar a vacinação nessa população. “Instruímos o Ministério da Saúde a proceder com a vacinação de todas as populações fronteiriças do país, a começar por essas, que são as mais expostas e que são vizinhas ao Brasil”, disse o presidente, segundo a imprensa boliviana.
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