O presidente Jair Bolsonaro reconduziu o ex-ministro de Michel Temer, Carlos Marun (MDB), e aliado do ex-deputado Eduardo Cunha, para o cargo de conselheiro da Itaipu Binacional. O próprio Bolsonaro quase o havia exonerado no início do mandato, em 2019.
A nomeação de Marun e de outros cinco conselheiros foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União da sexta-feira (15), incluindo o nome de do ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM) - antigo cacique do centrão e aliado próximo do prefeito de Salvador, ACM Neto - para o mesmo conselho.
Bolsonaro tem se articulado com partidos do chamado centrão, distribuindo cargos a essas legendas em troca de apoio no Congresso para evitar a abertura de um possível processo de impeachment.
Marun, que no governo Temer comandou a Secretaria-Geral da Presidência, foi indicado para Itaipu no último dia do mandato do emedebista. Quando deputado federal, Marun foi o líder da tropa de choque do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ).
O mandato na Itaipu Binacional terminava neste sábado (16) e, com a renovação decidida por Bolsonaro, o ex-ministro tem assento na usina até 2024. No início de 2019, Bolsonaro chegou a avaliar suspender a nomeação, mas, segundo o então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), o mandatário decidiu mantê-lo no posto por respeito a uma decisão do ex-presidente Temer.
Nos últimos meses, com a aproximação do MDB e do centrão do governo, Marun passou a trabalhar por sua recondução para Itaipu. Ele chegou a ser levado para reuniões no Palácio do Planalto pelo presidente do partido, Baleia Rossi (SP).
Também foram reconduzidos Célio Faria Júnior, assessor especial de Bolsonaro; Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras; e Pedro Miguel da Costa e Silva, diplomata e secretário de negociações bilaterais e regionais nas Américas do Itamaraty. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi nomeado para um assento no conselho.
Gigantes do chamado centrão, como PP, PL e Republicanos, estão gerenciando a distribuição de cargos do governo federal para atrair partidos menores para a base de apoio de Bolsonaro no Congresso.
Cargos já entregues por Bolsonaro ao centrão incluem o de diretor-geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), dado a Fernando Marcondes de Araújo Leão, indicado pelo PP; e o de secretário nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional, dado a Tiago Pontes Queiroz, indicado pelo Republicanos.
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