O episódio se deu ao final da sessão, enquanto os integrantes da comissão votavam os 45 requerimentos de convocação de pessoas relacionadas ao esquema de desvios ilegais em aposentadorias. Todos os pedidos foram aprovados, com apenas 1 voto contrário, do senador Cid Gomes (PDT-CE).

Segundo o senador, a convocação das personalidades ligadas ao Careca do INSS poderia “prejudicar ações em andamento” na Polícia Federal e em outros órgãos que participam da investigação.

“Recebi um telefonema aqui, em que minha fonte diz que está em curso uma ação que pode conseguir resultados super significativos para a elucidação desses casos, e que a convocação poderia prejudicar ações que estão em andamento”, disse Cid.

O senador também propôs que a votação dos requerimentos fosse adiada para a próxima sessão da CPMI, na quinta-feira (18). “Adiar não é nada extraordinário, não traria prejuízo nenhum”, afirmou.

Em resposta a Cid, o presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), disse que, caso haja um acordo de delação em curso, que a Polícia Federal ou o Supremo Tribunal Federal comuniquem oficialmente a CPI: “Nossa investigação é independente.” 

“Caso essas delações sejam informadas e tiverem algum andamento, aí sim retiro as convocações, mas no momento vamos votá-las”, disse Viana.

Em seguida, em meio a gritos e confusão, o senador Cid Gomes foi até a Mesa Diretora da CPMI e falou ao ouvido de Viana: “Um dia vai ver o que está fazendo é muito errado. Não aceitou minha apelação, pois é autoritário”, afirmou.

“O senhor não manda mais do que ninguém aqui, é uma decisão da presidência da CPI”, respondeu Carlos Viana.