A cratera gigante que se abriu misteriosamente perto da vila de Matarandiba, na cidade de Vera Cruz, Ilha de Itaparica, aumentou 5,6 metros de comprimento em quase um mês. Agora, a erosão já chega a 83,5 metros de comprimento. A informação é da empresa Dow Química, que atua na área onde o buraco surgiu.
De acordo com a multinacional, a cavidade também aumentou de tamanho na largura - de 33 metros, em agosto, para 34,4 metros -, no entanto, reduziu na profundidade - de 44,9 metros para 41,2 metros. As causas do fenômeno ainda estão sendo investigadas.
A empresa informou, ainda, que estão sendo realizados serviços para que a cerca instalada no local da erosão avance mais 30 metros. Atualmente, a barreira está instalada em um raio de 30 metros. A reinstalação do equipamento deve ser concluída nas próximas semanas.
Também foram instalados no local cinco novos sensores para medir abalos sísmicos. Até então, não foram apresentadas variações. A capacidade de alcance de cada equipamento chega a um raio de 4km, o que cobre toda a Vila de Matarandiba, segundo a empresa.
A Dow explica, ainda, que as medições e o monitoramento da erosão são constantes. A transformação gradativa da cratera era prevista e deve continuar até a completa estabilização do terreno.
Do ponto de vista técnico, conforme afirma a empresa, a tendência é de que as bordas da erosão fiquem do mesmo tamanho que o fundo dela, e hoje a parte inferior possui ainda perímetro maior do que o das bordas superiores.
Caso
A erosão foi descoberta pela própria empresa no final de junho deste ano, durante um trabalho de rotina, e tinha 69 metros de comprimento. A cratera fica no meio de uma mata nativa na localidade de Matarandiba e está a cerca de 1 km do local onde vivem os moradores, mas ainda não apresenta risco imediato para eles.
O acesso à area onde o buraco se formou é difícil por conta da mata fechada, mas, ainda assim, toda a área está isolada e passou a ser vigiada para evitar a presença de curiosos.
A Dow utiliza a região para extração de salmora, uma mistura de água e sal usada na fabricação de produtos químicos - a salmora é retirada em seis poços a uma profundidade de 1,2 mil metros.
A atividade da empresa pode estar ligada ao surgimento da cratera. A situação está sob investigação. Materiais coletados no local pela mineradora foram enviados para análise na Alemanha. A previsão é que os resultados dos estudos para descobrir as causas da erosão saiam em até seis meses.
Na última semana, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) instaurou inquérito para apurar as causas da abertura da cratera. O processo foi instaurado pelas promotores de Justiça Eduvirges Tavares e Ubirajara Fadigas, que atuam na área do Meio Ambiente. O MP informou também que o objetivo da ação é preservar as vidas das pessoas e proteger o meio ambiente.
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