Deputados do PSL protocolaram nesta quarta-feira um pedido de impeachment do governador de São Paulo, João Doria. No pedido, feito na Assembleia Legislativa, são elencados 19 motivos que acusam Doria de ilegalidades, imoralidades e “condutas pouco republicanas”.
Os deputados signatários do pedido são Valéria Bolsonaro, Gil Diniz, Douglas Garcia, Major Mecca e Frederico D’Ávila.
Uma das justificativas é o pedido de manutenção do distanciamento social. No texto, o grupo alega que “há contradição entre palavras e atos, ferindo a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. João Doria teria pedido para que as pessoas não se aglomerassem e mantivessem distanciamento social, mas “fomentou o carnaval em São Paulo”. O primeiro caso confirmado de coronavírus no país foi em 26 de fevereiro, na quarta-feira de cinzas.
Os deputados do PSL ainda citam outros eventos com aglomerações públicos que teriam acontecido nas semanas seguintes, como uma corrida de rua e entrega de casas populares no interior do estado.
A quarentena começou em São Paulo no dia 24 de março.
O grupo ainda questiona uma “reunião paralela” com 26 governadores de estados e presidente da Câmara dos Deputados “para tratar de assuntos que pertencem ao Governo Federal, e desautorizar o Presidente”. O texto cita também valor abusivo no para montagem do Hospital de Campanha do Ibirapuera e critica o uso de dados de telefones celulares da população para monitorar o movimento na cidade.
Outro motivo seria o uso de um helicóptero da Polícia Militar para fins pessoais, o mesmo motivo apresentado pelo senador pelo PSL de São Paulo Major Olímpio há algumas semanas.
Em nota, a assessoria do diretório do PSDB em São Paulo classificou o pedido como “lamentável” e afirmou que o texto “diz mais sobre seus autores que sobre os acusados”. Confira a nota na íntegra:
É lamentável que num momento como o que vivenciamos hoje deputados utilizem da prerrogativa parlamentar para pedir a cassação de um governador baseado em uma manifestação irreal e despropositada.
O pedido diz mais sobre seus autores que sobre o acusado. É, na realidade, um atestado de que esses deputados buscam travar uma guerra política a qualquer preço e atrapalhar a gestão sem se preocupar com o grave momento enfrentado pelos paulistas atualmente. Se não é pelo interesse de São Paulo, resta questionar a quem servem os parlamentares envolvidos.
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