O desmatamento na Amazônia Legal brasileira atingiu 920,4 km² em junho, um aumento de 88% em comparação com o mesmo mês no ano passado. Os dados consolidados do mês foram inseridos nesta quarta-feira (3) no sistema Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Até a terça, o balanço parcial do período entre 1º e 28 de junho mostrava um desmatamento de 769 km². Eles mostram que, só no último domingo (30), mais de 150 km² de floresta foram destruídos – no sábado (29), não houve registros no sistema.
Junho de 2019 foi o pior mês desde que o sistema de monitoramento de alertas foi criado, em 2015.
Desmatamento concentrado
No total, junho de 2019 teve 2.903 alertas inseridos no Terra Brasilis, e 97% do desmatamento foi registrado em quatro estados.
Entenda as metodologias
O Terra Brasilis foi criado em 2015 pelo Inpe. Ele é alimentado com dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), um "sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal" ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
Os dados compilados no sistema não têm o objetivo de consolidar o desmatamento no bioma da mesma forma que é feito, por exemplo, pelo sistema do MapBiomas – mantido por entidades – ou do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).
O MapBiomas reúne informações coletadas ao longo de todo o ano e faz a limpeza e verificação dos dados, eliminando por exemplo nuvens e outras possíveis interferências para apresentar o dado consolidado do ano anterior. Tomando como base o Deter, que também é usado pelo Terra Brasilis, o MapBiomas também lançou recentemente um sistema de alertas de desmatamento que promete ajudar na aplicação de multas.
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