o Facebook informou nesta quarta que excluiu páginas que afirma ser de uma "rede de desinformação". A rede social não especificou quais eram os perfis envolvidos, mas o Movimento Brasil Livre (MBL) informou que diversos dos seus coordenadores foram afetados.
A notícia foi primeiramente divulgada pela agência de notícias Reuters. Segundo o Facebook, a iniciativa é parte dos esforços para reprimir perfis enganosos antes das eleições de outubro.
O Facebook disse em um comunicado que desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil por sua participação em "uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.
O comunicado não identifica as páginas ou usuários envolvidos. Um procurador do Ministério Público Federal de Goiás pediu que, num prazo de 48 horas, a empresa esclareça quais são as páginas e justifique a iniciativa.
A página Brasil 200 também foi retirada do ar pelo Facebook.
As fontes da agência Reuters, que falaram sob condição de anonimato, disseram que a rede era administrada por membros importantes do MBL. O grupo ganhou destaque ao liderar protestos em 2016 pelo impeachment da então presidente Dilma Roussefff.
Representantes do MBL publicaram um comunicado em suas redes sociais nesta quarta-feira (25). "Na manhã de hoje, 25/07/2018, diversos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL) tiveram suas contas arbitrariamente retiradas do ar pelo Facebook. A alegação dada pela rede social é a de que se tratava de coibir contas falsas destinadas a divulgação de 'fake news'", comentou o MBL.
As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional, de acordo com as fontes da Reuters.
Ao variar o controle compartilhado das páginas, os membros do MBL eram capazes de divulgar suas mensagens coordenadas como se as notícias viessem de diferentes veículos de comunicação independentes, segundo apuração da agência de notícias.
'Fake news'
O Facebook tem enfrentado pressão para combater as contas falsas e outros tipos de perfis enganosos em sua rede.
Fake news: quem faz, quem repassa e quem são as vítimas
No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataforma havia sido usada para o que chamou de "operações de informação" que usaram perfis falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição norte-americana de 2016, e prometeu combater as fake news.
Agências de inteligência dos Estados Unidos afirmam que o governo russo realizou uma campanha online para influenciar as eleições no país, e casos de grupos políticos que usam a rede social para enganar as pessoas têm surgido pelo mundo desde então.
Não há indicação de envolvimento estrangeiro na rede do MBL tirada do ar nesta quarta-feira, de acordo com as fontes da Reuters.
O que diz o Facebook?
O Facebook disse que retirou a rede do ar no Brasil após uma "rigorosa investigação" porque os perfis envolvidos eram falsos ou enganadores, violando sua política de autenticidade.
A rede social tem um conjunto separado de ferramentas para combater a disseminação de notícias falsas com a ajuda de empresas externas de checagem de fatos.
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