O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) são alvos de ataques comandados por assessores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, segundo ele, se comportam como “marginais".
Em entrevista à TV Bandeirantes, Maia disse que o governo deveria agir para “salvar vidas e empregos” ao invés de “criar conflitos e insegurança".
"Essas brigas paralelas comandadas por um gabinete do ódio, comandadas por assessores do presidente que são mais marginais do que assessores do presidente, não vão de forma nenhuma mudar atitudes do Parlamento brasileiro. Continuamos votando. Nós que aumentamos o valor da renda mínima", afirmou Maia ao se referir ao repasse de R$ 600 para os trabalhadores informais.
Para Maia, o governo tem agido de forma lenta para reagir à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Ele elogiou a atuação do Ministério da Saúde, mas criticou as ações da área econômica.
"Em vez de ficar fugindo da sua responsabilidade, em vez de ficar criando conflitos e insegurança com a sociedade, o Palácio do Planalto poderia estar atuando e atuando para salvar vidas, empregos, salvar a renda dos mais vulneráveis. Mas, infelizmente, alguns no Palácio preferem, junto com o presidente, esse gabinete do ódio, continuar conflitando com Parlamento e Supremo do que dar soluções. Talvez porque não saibam onde encontrá-las", ironizou o presidente da Câmara.
Maia ainda apontou o escritor Olavo de Carvalho como o orientador dos ataques que, de acordo com o presidente da Câmara, são financiados por empresários.
"Ele [Bolsonaro] acaba, sem dúvida nenhuma, atrapalhando. Claro que ele não escreve [o que defende], porque a assessoria dele não deixa, porque uma decisão de assinar um documento desses... Se o Brasil tiver problemas parecidos, e parece que teremos, com o de outros países, se ele [presidente] assinar alguma orientação formal que vá contra a orientação de seu próprio ministro e da OMS, certamente ele responderá pessoalmente a essa decisão de liberar o isolamento sem ter um embasamento legal para isso ", afirmou Maia.
Bolsonaro já chegou a sugerir que poderia assinar um decreto ou Medida Provisória ampliando a lista de atividades essenciais em meio ao estado de calamidade pública, o que permitiria a reabertura de estabelecimentos comerciais no país.
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