Os policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais que se envolveram em um tiroteio que resultou na morte do agente da Polícia Civil Rodrigo Francisco, de 39 anos, na sexta-feira, 19, em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, davam cobertura a uma transação possivelmente ilegal entre dois empresários. Essa é, até agora, a linha de investigação da equipe da Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária da cidade mineira que apura o confronto.
As informações já obtidas dão conta de que os policiais faziam a escolta de um empresário que vinha de São Paulo para Juiz de Fora com uma quantidade de dólares para realizar a troca da moeda no município. O negócio deu errado, aparentemente, quando se descobriu que parte das cédulas em real que seriam usadas na troca pelo dólar eram falsas.
Quando o tiroteio começou, o empresário que estava com os dólares conseguiu fugir, mas quase R$ 15 milhões em cédulas de R$ 100, a maioria falsificada, foram apreendidos. Quatro policiais paulistas, entre eles dois delegados, foram autuados por lavagem de dinheiro e podem ser implicados pela morte do policial. Eles continuavam presos em Juiz de Fora, mas seriam transferidos para Belo Horizonte.
Outros cinco policiais paulistas foram ouvidos e liberados, mas a conduta deles ainda é investigada. Três policiais mineiros foram indiciados por prevaricação, por terem conhecimento da operação ilegal e não tomarem medidas, mas podem responder por outros crimes, pois também continuam sendo investigados.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais esclareceu neste domingo, 21, que apenas o policial civil Rodrigo Francisco, de 39 anos, foi morto no tiroteio entre policiais civis paulistas e mineiros, na sexta, em Juiz de Fora. Conforme a Sesp, outras duas vítimas dos tiros permanecem internadas no Hospital Monte Sinai, sob escolta policial, uma delas em estado grave.
Na noite deste sábado, 20, a Polícia Civil de Juiz de Fora havia confirmado a morte de uma segunda pessoa ferida gravemente no tiroteio, conforme chegou a ser divulgado pelo Estado e por outros veículos de comunicação. Na tarde deste domingo, a assessoria de imprensa do Hospital Monte Sinai informou que um homem de 42 anos, dono de uma empresa de segurança contratado por um dos empresários, continuava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Ele é suspeito de ter disparado o tiro que matou o policial mineiro.
A outra vítima, o homem de 66 anos que levou um tiro pé, passou por cirurgia e pode receber alta a qualquer momento. Ele é apontado como dono do dinheiro falso e sairá do hospital para a prisão, pelo crime de estelionato tentado.
O corpo do policial Francisco foi sepultado no fim da tarde de sábado, no Cemitério Municipal de Juiz de Fora. Ele deixou a mulher e uma filha de 5 anos. Com informações do Estadão Conteúdo.
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