A partir desta sexta-feira (1º), as cervejas produzidas pela Ambev sofrerão reajuste. A informação foi confirmada pela cervejaria, responsável por cerca de 60% do mercado brasileiro, e gerou uma repercussão negativa no setor da alimentação, que prevê aumento de até 10% nos produtos. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a Abrasel de São Paulo, lançou uma nota comentando o aumento. A preocupação se dá, justamente, pelo momento da pandemia, já que os empresários do setor sofreram muito. Pesquisa da entidade mostra que 37% dos estabelecimentos brasileiros estão ainda operando no vermelho. Somente em São Paulo, esse número chega a 50%. Vale lembrar que a crise da Covid-19 já fechou mais de 335 mil estabelecimentos desse tipo em todo país.
Alexandre Cordeiro é proprietário de um bar na região da Avenida Paulista. Ele calcula que o repasse ao consumidor será inevitável. “A gente recebe com muita tristeza e muito medo do que vai acontecer se tiver que repassar isso, perder clientela, já estamos muito fragilizados. Agora que estamos retomando, se repasse o aumento, diminui o movimento, mas se não repassa, é mais um custo que vamos ter que arcar”, disse. Os consumidores também reclamaram do reajuste na cerveja, afinal, o brasileiro vem sofrendo com aumentos de preços em vários setores. “Aumentar a luz, o gás e a gasolina a gente aceita, mas a cerveja já é demais. É para a gente simplesmente esquecer os problemas o que país está passando”, opina a hair stylist Marta Guimarães.
“Justo não é, estamos aproveitando para beber hoje. A gente brinca, mas atualmente está um absurdo, tudo está aumentando. Mas com a cerveja não tem condições, acho que o brasileiro vai à falência”, diz a hair stylist Renata Gonçalves. Bares e restaurantes esperam que as marcas concorrentes da Ambev, agora, devam seguir o mesmo padrão e também elevar o custo dos seus produtos. Durante a pandemia os brasileiros consumiram mais cerveja. Segundo levantamento da Euromonitor, o volume de venda no Brasil, em 2020, foi o maior dos últimos seis anos, atingindo 13,3 bilhões de litros. Os números perderam apenas para 2014, quando o país sediou a Copa do Mundo.
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