Se confirmado o reajuste do patamar 2 da bandeira vermelha, o seu impacto sobre o IPCA será de até 1 ponto percentual, calcula o economista André Braz, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da IBRE-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O governo federal avalia reajustar a tarifa atual, de R$ 9,49, para até R$ 15, R$ 20 ou até R$ 25 para cada 100kWh. Os impactos difeririam para cada um desses cenários, mas, segundo o especialista, caso seja implementado o valor mais alto entre eles, só o IPCA de setembro, previsto atualmente para 0,6%, passaria para cerca de 1,6%.
“É um impacto gigantesco. Eu não vejo como a agencia reguladora anunciar um aumento para R$ 25. Todos os consumidores serão impactados. O de mais alta renda, que consome mais kWh, por ter mais equipamentos em casa. E também as pessoas de baixa renda, que usam energia não para sustentar luxo, mas para situações de necessidade. É o cara que usa para jogar água, por bomba, na cisterna. Ou o cara que precisa do ar condicionado porque mora em uma cidade com calor intenso”, afirma André Braz.
A medida em análise é mais uma tentativa do governo federal de frear o consumo de energia, em função da crise hídrica que o país atravessa. Com os níveis dos reservatórios das hidrelétricas extremamente baixos, diversas termelétricas têm sido ativadas em todo o país, para suprir a demanda de energia. Por ser uma fonte bem mais cara, esse recurso exige a adoção de medidas, como a tarifa extra pela bandeira vermelha, para frear o consumo.
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