O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por 6 meses, em uma investigação sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. A decisão de afastamento do governador é do ministro Mauro Luiz Campbell e será submetida ao pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la, ainda nesta quarta-feira (20).
A Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins na manhã desta quarta-feira. Segundo a Polícia Federal, as buscas fazem parte de duas operações simultâneas que investigam pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais e obstrução de investigações.
O objetivo, segundo a polícia, é desarticular uma organização criminosa que supostamente agiu para impedir ou obstruir investigações que apuravam ilícitos relacionados à cúpula do governo estadual.
Os inquéritos, que tramitaram sob sigilo na Corte Especial do STJ, também encontraram indícios do pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins e a estrutura montada para a lavagem de ativos e indicaram que os recursos públicos desviados foram incorporados ao patrimônio dos investigados.
Segundo nota da Polícia Federal, as investigações começaram há cerca de dois anos e "reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados". A PF também informou que as equipes chegaram a Palmas em um avião da FAB para evitar vazamento de informações.
‘Lei da mordaça’
A Polícia Federal ainda não detalhou as irregularidades que levaram à decisão do afastamento de Mauro Carlesse do governo estadual. Em 2019, o governador assinou um decreto que ficou conhecido como "lei da mordaça", que proíbe delegados da Polícia Civil de criticar autoridades públicas em entrevistas ou divulgar nomes de pessoas investigadas em operações policiais.
A medida foi tomada após uma série de atritos entre a Polícia Civil do estado e o Palácio Araguaia. O conflito começou após o governo exonerar delegados que investigavam políticos próximos ao governador de cargos em delegacias regionais.
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