A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Delmiro Gouveia foi pauta na manhã desta quarta-feira (3), no programa Tribuna Popular, veiculado na Correio FM, apresentado pelo jornalista Jota Silva. O presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Jesonias da Silva, conversou por telefone e afirmou que o CES vem orientando sobre os problemas da unidade desde o mês de maio de 2017.
“A UPA de Delmiro Gouveia está sendo gerida com uma característica que acarreta dificuldades para vários setores, ou seja, para quem está à frente e, em consequência, à população”, afirmou.
Ele também explicou que a UPA é gerida com participação das esferas municipal, estadual e federal. E explicou sobre a questão dos repasses da unidade. “Delmiro Gouveia foi diferente nesse aspecto. Não sei se o município já regularizou a situação do repasse das verbas, mas até a última reunião do CES que tratamos da UPA, em dezembro de 2018, a prefeitura não tinha pago uma parcela. Isso trouxe um problema sério, tanto na qualidade do serviço, como na da gestão e um prejuízo enorme para o povo”, acrescentou.
Jesonias também disse na entrevista que essas irregularidades foram comprovadas pelo CES e Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). “Vimos a falta de determinados insumos, medicamentos e equipe médica reduzida. Tudo isso porque o município não cumpriu com a obrigação”, explanou o presidente do CES.
Sobre a reunião ocorrida em dezembro de 2018, o presidente explicou as deliberações emitidas pelo órgão. “Nós preferimos achar que é má vontade da gestão. Temos municípios bem menores, do ponto de vista econômico, e eles cumprem com esse compromisso na gestão da UPA, um exemplo disso é a cidade de Viçosa. Por que Delmiro é o único que não cumpre? Colocou a unidade para funcionar e até dezembro não repassou um real?”, questionou.
Sobre o Instituto Diva Alves do Brasil, Josenias apontou que existem muitos indícios de irregularidades na gestão da UPA. “A própria finalidade do mesmo é voltada para assistência na área rural. Pode até ser que na parte social, o Idab preste algum tipo de assistência, mas de gestão pública em Saúde, não tinha. E todo mundo sabia que era um risco muito grande colocar. Notamos que não tinha condições de entregar um orçamento mais de R$ 4 milhões ano para quem não tem experiência”, disparou.
Ainda na entrevista, o presidente do CES fez uma avaliação dos principais problemas enfrentados na UPA de Delmiro Gouveia. “Primeiro, eu questiono a capacidade técnica de gestão do Idab. Segundo, a falta de compromisso do gestor com a UPA. Quando ele deixou de repassar, já mostra que não tem capacidade”, elencou.
Sobre a intervenção através da Sesau para administrar a UPA enquanto a situação seja resolvida, o presidente do CES afirmou que o Estado não demonstrou o interesse. “Teria que arcar com a dívida do município com o Idab, que já ultrapassa mais de R$ 2 milhões. Porém, não pedimos a intervenção e auditoria por parte do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), para saber os motivos que o município não estaria repassando a parte dele”, completou.
No trabalho de fiscalização, Jesonias apontou que houve omissão dos conselhos municipais. “Principalmente o de Delmiro Gouveia. O Conselho Municipal de Delmiro Gouveia tem a obrigação de cobrar do gestor e não haver uma intervenção do Ministério Público para investigar. Não é normal o abandono de uma unidade desse porte e que atende a uma região. Isso é uma irresponsabilidade”, pontuou.
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