O Governo de Alagoas concedeu na terça-feira (23) bolsas de Assistência Técnica e Extensão Rural ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Serão investidos R$ 378 mil, em recursos do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), durante dois anos, para viabilizar a produção no campo da reforma agrária. A outorga contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). Ainda na solenidade, o Festival Bumba Meu Boi foi oficializado como evento anual no calendário estadual.
Em vídeo, o governador Paulo Dantas gravou uma mensagem para os presentes ao evento. Ele destacou que as bolsas de assistência técnica e extensão rural vão levar mais soluções para o setor da agricultura familiar. Sobre a sanção, o governador ressaltou a relevância cultural e histórica que o Bumba Meu Boi representa para o estado.
Representando o governador Paulo Dantas no evento, o vice-governador Ronaldo Lessa disse que a assistência técnica e extensão rural são questões importantíssimas e que tem o apoio do Governo do Estado. “Essas bolsas que vão ser ofertadas para que novos profissionais possam fazer a reforma agrária e possam avançar, aumentar e agilizar a nossa pequena agricultura, que é muito importante para o desenvolvimento do estado”, disse Lessa.
Para o vice-governador, a cultura do Bumba Meu Boi está enraizada nas origens e no folclore de Alagoas e que, portanto, merece todo o reconhecimento. “Parabenizo todos que fazem a cultura do estado por valorizar todas as manifestações populares dessa nossa Alagoas”, completou Lessa.
Outorgas vão garantir políticas para produção
Eleniza da Silva, uma das outorgadas pela bolsa de assistência técnica, ressaltou que as outorgas vão garantir que as cooperativas do MST e as famílias possam ter políticas tão importantes para a organização da produção em assentamentos e acampamentos da reforma agrária, visando à produção de alimentos saudáveis.
“As cooperativas agrícolas representam a agricultura familiar e são responsáveis pela produção de alimentos saudáveis, que chegam à mesa da população, promovendo a geração de emprego e renda, assim como o desenvolvimento do nosso estado. Este termo de referência do serviço de extensão rural fará melhorias às cooperativas na questão de gestão e organização produtiva do ano”, destacou Eleniza.
Representante do Movimento Sem Terra (MST), Margarida Maria pontuou que as outorgas concedidas pelo Governo do Estado vão contribuir para o desenvolvimento econômico social de Alagoas.
“A reforma agrária e as cooperativas do MST e da agricultura familiar têm o compromisso com o estado de Alagoas contribuindo, assim, no combate à fome, mas principalmente na produção de alimento saudável, produzindo alimento saudável para a mesa do povo alagoano. Quero dizer que hoje é um dia importante para a reforma agrária com a assinatura deste termo. Dizer que para nós que produzimos alimento saudável, a política pública de assistência técnica e extensão rural é importantíssima para o desenvolvimento da agricultura dos assentados”, disse Margarida.
Com a concessão, serão contratados nove pesquisadores das áreas de administração, assistência social, direito, agronomia e gestão ambiental, com bolsas de pesquisa e assistência tecnológica no valor de até R$ 3.500, pelo período de um ano, prorrogáveis por mais um ano. Assim, será possível montar uma equipe técnica multidisciplinar, para atuar em áreas de produção agrícola da reforma agrária, a partir das Cooperativas de Produção Agropecuária e de Entidade que dão suportes às famílias agricultoras.
A equipe técnica multidisciplinar ficará responsável por desenvolver, com assistência tecnológica, atividades produtivas agrícolas voltadas à oferta de alimentos saudáveis e produção de matérias-primas para beneficiamentos, além de estimular a agroindustrialização e outras formas de agregação de renda à produção primária, assim como o desenvolvimento de atividades rurais não-agrícolas e elaborar estratégias de comercialização tanto nos mercados locais convencionais, como os institucionais por meio do PAA, PNAE e Compras Públicas Diversas. À Fapeal, cabe a tarefa de operacionalizar as bolsas.
Um marco para movimentos folclóricos
O Festival Bumba Meu Boi foi oficialmente incorporado ao calendário de eventos do estado de Alagoas com a sanção do projeto de Lei n° 639/2023, da Assembleia Legislativa de Alagoas, pelo governador Paulo Dantas. O projeto foi de autoria do deputado Ronaldo Medeiros.
Organizado pela Liga de Bumba Meu Boi, o festival é uma celebração que atrai a população, visitantes de todo o Brasil e do exterior, destacando-se como um dos principais eventos culturais do estado.
A secretária de Cultura, Mellina Freitas, disse que esse dia se tornará um marco, não só para o Bumba Meu Boi, mas para todos os movimentos folclóricos e culturais alagoanos.
“Que outras leis surjam, tornando permanente no calendário cultural do estado de Alagoas, o Festival da Quadrilha Junina, do Coco de Roda e Reisados, porque são igualmente ricos e importantes, e nos traduzem. Destaco a importância que as atividades culturais representam para a economia criativa, para a economia como um todo, a geração de emprego e renda. São milhares e milhares de famílias que durante todos os anos investem seu trabalho, seu suor, seu amor na atividade cultural. E esse trabalho traz retorno social na formação da cidadania, mas também traz um retorno econômico muito importante”.
Participaram da solenidade, os secretários Vitor Pereira (Segov), Felipe Cordeiro (Gabinete Civil), Silvio Bulhões (Secti), Aline Rodrigues (Seagri), os deputados Ronaldo Medeiros e Dudu Ronalsa, além dos vereadores por Maceió Teca Nelma e Dr. Valmir. Também estiveram presentes os gestores Jaime Silva (Iteral) e Moisés Leandro (Emater), e o presidente da Liga de Bumba Meu Boi, Alan Victor.
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