A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Inhapi, se envolveu em uma polêmica ao iniciar a construção de um muro que fecha uma rua em frente da igreja matriz, localizada no centro da cidade.
Para algumas pessoas, o espaço é público e não deveria ser fechado, como já tinha feito o pároco, padre Clóvis Rodrigues, antes mesmo da construção do muro. Ele bloqueou a passagem de carros pela via, fechando-a com pedras de um lado e do outro.
Segundo frequentadores da paróquia, o bloqueio inicial da rua se deu porque condutores de veículos estavam atrapalhando o andamento da missa ao passarem pelo local com som em volume muito alto e escapamento barulhento.
Já para a construção do muro, ainda de acordo com fiéis da igreja, o sacerdote alegou para eles que tem documentos que comprovam que o espaço onde funcionava a rua pertence à paróquia e que, inclusive, a própria prefeitura tinha um projeto para estender o calçadão da Praça da Matriz até a frente da igreja, mas não colocou em prática por falta de recursos.
O vereador Valter de Elias (PTC) denunciou a situação durante pronunciamento no plenário da Câmara Municipal, na última sexta-feira (20). Alegando que o direito de ir e vir deveria ser respeitado, ele cobrou a apresentação de documentos que comprovem a legalidade da construção do muro.
“Não sou contra o padre e nem a Igreja, estou apenas cumprindo meu papel de vereador, e quero ver a documentação que autoriza a obra, como as licenças do CREA e da prefeitura. Se tudo estiver certo, não há mais o que questionar, embora eu não concorde com o fechamento da via”, afirmou ao Correio Notícia o vereador, que é católico.
Assim como grande parte da população, a moradora Renata apoia a iniciativa do padre Clóvis. “Na hora da missa já aconteceu várias vezes de algumas pessoas colocarem o carro em frente da igreja, com o som muito alto, e ninguém consegue assistir à missa. Também ficam acelerando motos e carros ou apenas passando com o som muito alto na frente. Vi acontecer várias vezes. É uma falta de respeito enorme”, opinou.
Quem também concorda com a iniciativa do pároco é a inhapiense Ana Paula. “Eu achei muito bom o muro, agora vai ter mais segurança para as crianças porque sempre tinha alguns loucos de moto que passavam por cima da calçada e não respeitavam ninguém. Quem vai para a missa e tem filhos sabe muito bem disso”, postou Ana Paula.
Já a dona de casa Ivonete não está de acordo com a construção do muro, que fecha a rua. “Independentemente de ser da paróquia ou não, está horrível. Ele não está deixando o estacionamento, já que, no momento da missa, a rua fica intransitável”, reclamou, representando outras diversas pessoas que também não concordam com a construção.
Desde o domingo (22), a reportagem tentou por diversas vezes falar com o padre Clóvis, mas ele não atendeu as chamadas e nem respondeu as mensagens enviadas para o Whatsapp dele.
O prefeito do município, José Cícero Vieira (PT), informou ao Correio Notícia que ainda não tem como se posicionar a respeito porque é preciso inteirar-se mais sobre o assunto para que sejam “acionados os mecanismos necessários até a solução”.
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