Alegando inconstitucionalidade das nomeações, o prefeito eleito de Major Izidoro, Theobaldo Cavalcanti Cintra (Progressista), anulou as nomeações dos aprovados no último concurso público (001/2018) do município, que ofertou cerca de 100 vagas.
A decisão – que não consta o parecer da Procuradoria do Município – foi publicada na edição da terça-feira (5), do Diário Oficial dos Municípios.
Empossados no último dia 28 de dezembro, os aprovados para os cargos de cozinheiro, enfermeiro, médico plantonista, gari, professor, motorista, dentre outras funções, se sentiram traídos pela ação do prefeito, que não comunicou a decisão, só descoberta na segunda-feira (4), quando todos se apresentaram em suas secretarias a fim de começarem a trabalhar.
Theobaldo Cintra explicitou em sua decisão que: “reconhece a ilegalidade e anula os atos de nomeação e posse dos aprovados no último concurso público - certame 001/2018, convocados pela administração do município de Major Izidoro, ocorridos nos últimos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato”.
Mesmo de recesso, vereadores da cidade comentam que a decisão foi meramente política. O prefeito estaria obstaculizando todas as ações da antiga gestora, Maria Santana Mariano, que não lhe apoiou na eleição.
Mas, as decisões do prefeito não afetaram apenas aos aprovados no concurso. Theobaldo Cintra também determinou que as portas da sede da Prefeitura fossem fechadas sob a justificativa de “controlar o acesso ao prédio por conta do coronavírus” e tem evitado ir a sede do Executivo, causando ainda mais revolta dos eleitores que afirmam que ouviram dele, durante a campanha, que iria empregar muita gente e sempre estaria atendendo as pessoas.
Theobaldo Cintra era vereador, juntamente com seu vice, Leopoldo Amaral, venceu a eleição pela coligação “Juntos com o Povo”, com 5.873 votos, uma pequena diferença de 543 votos para o candidato derrotado.
Considerado na cidade um homem de atitudes ‘grosseiras’, o prefeito já teve problemas com a polícia.
Em julho de 2009, conforme o Boletim de Ocorrência (BO) número 0059-B/09-0673, a ex-esposa de Theobaldo procurou a polícia para denunciar o marido, com quem convivia há cinco anos. A mulher afirmou que era constantemente agredida com socos.
Já em maio de 2014 o porteiro de um edifício, em Maceió, onde Theobaldo morava, também procurou a polícia para denunciar que foi vítima de tentativa de homicídio.
Benedito da Silva Araújo declarou que naquela noite chovia bastante e teria deixado o portão do condomínio aberto, o que desagradou Theobaldo.
“O morador Theobaldo Cavalcante Lins chegou em seu carro, acompanhado pelo motorista e quando ultrapassou o quebra-mola, parou e, de dentro do carro, disse: ‘isso aqui está como um livro aberto’. Então o queixoso disse que tinha ordem para deixar aberto e só fechar quando a água baixasse”, diz um trecho do depoimento da vítima à polícia.
Ainda conforme o relato do trabalhador, logo após passar pelo portão, Theobaldo, de dentro do carro, sacou uma arma e fez vários disparos contra o porteiro que permanecia na guarita. Um dos tiros atingiu a parede da guarita, próximo da cabeça do porteiro, e o outro disparo atingiu a fechadura da porta.
A reportagem do Correio Notícia tentou ouvir o prefeito ou sua assessoria, mas ninguém foi localizado.
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