Numa tentativa de desestabilizar o sétimo dia de greve dos jornalistas profissionais de Alagoas, a direção da TV Gazeta, empresa de propriedade do senador Fernando Collor, acionou a Polícia Militar (PM) para reprimir o movimento grevista, que mantém uma tenda em frente a emissora para pressionar contra o corte de 40% no piso salarial da categoria.
Uma equipe da PM chegou ao local no final da manhã, pouco antes do início do AL TV 1ª Edição, com o argumento de que o carro de som do movimento estava “perturbando moradores da região”. No entanto, os policiais, antes de abordarem os jornalistas, haviam saído de dentro das instalações da TV Gazeta, o que reforça a interferência da direção da emissora numa tentativa de boicotar o movimento, que é pacífico.
Em vez de buscar meios para isolar a acústica dos seus estúdios, a TV Gazeta preferiu silenciar os jornalistas recorrendo à polícia, já que a censura exercida por ela com frequência sobre os profissionais, tendo Collor como mandante, só vale mesmo da porta da empresa para dentro. O diretor executivo da Organização Arnon de Mello (OAM), Luis Amorim, testa de ferro do senador nos crimes revelados pela Operação Lava Jato, é militar licenciado das funções e usa essa relação estreita com a PM para intimidar os jornalistas em greve.
O som foi desligado, mas o equipamento não foi recolhido, apesar das inúmeras tentativas dos policiais de levarem o carro de som juntamente com o motorista. Uma equipe da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) também esteve no local, sob o pretexto de averiguar a informação de que a rua estaria sendo irregularmente interditada pelos grevistas. A SMTT fez apenas registros fotográficos da mobilização em frente a TV Gazeta, que comprovaram que a denúncia não tinha fundamento.
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