Representando o governador Paulo Dantas, que cumpre agenda em Brasília, o vice-governador Ronaldo Lessa discutiu os avanços e as perspectivas da produção da própolis vermelha em Alagoas, em benefício da agricultura familiar, economia, meio ambiente, emprego e renda e turismo. O debate, realizado na tarde de terça-feira (10), no Palácio República dos Palmares, contou com a presença de secretários de Estado, universidades, pesquisadores, empresários, produtores e instituições voltadas ao empreendedorismo e meio ambiente.
Há quase duas décadas pesquisando a própolis vermelha de Alagoas, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Severino de Alencar, disse que o produto é o único do Brasil composto por isoflavonóides, substância que ajuda no processo inflamatório. “O material é originário de manguezal, por isso é necessário à preservação dos mangues”, disse Severino de Alencar.
O chefe-geral da Embrapa, João Flávio Veloso, classificou o produto como embaixador de Alagoas. “Esse é um produto altamente relevante por conta de sua indicação geográfica. Ele associa sustentabilidade, agricultura familiar e meio ambiente, por estar nos entornos das lagoas Manguaba e Mundaú. E temos que ressaltar que, do ponto de vista científico, ainda há muitos benefícios a serem descobertos”, disse Veloso.
“Temos ouro nas mãos, que é a própolis vermelha de Alagoas. Não estamos falando apenas de abelha, de caixa, estamos falando de algo mais complexo, que são as oportunidades transversais, como agricultura familiar, agricultura de recursos hídricos, ciência e tecnologia”, disse o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo. De acordo com estudo apresentado pelo reitor, o material é a primeira indicação geográfica da biodiversidade das Américas.
O diretor-superintendente do Sebrae, Vinícius Lage, vê a própolis vermelha como uma dádiva da natureza para Alagoas. “A natureza nos deu a beleza dos mangues, Mata Atlântica, Caatinga, abelhas que exalam a resina que faz com que os ‘microbiorreatores’, que são as abelhas, façam a produção da própolis”, disse Vinicius Lage.
O diretor da Uniprópolis, Mário Calheiros, chegou a ressaltar que o um quilo da resina da própolis vermelha custa R$ 1 mil. “Temos que criar um programa estadual da apicultura para fortalecer as relações institucionais e buscar impulsionar a produção e a venda, pois temos um produto com potencial fantástico, que é produzido de Piaçabuçu a Maragogi”, disse.
Ronaldo Lessa sugeriu que outro encontro seja realizado com o governador Paulo Dantas, para que haja uma discussão sobre a possibilidade de deliberação da pauta discutida. “Será de grande importância que esse tema seja discutido com o governador, que sempre está aberto para ouvir projetos que visam ao desenvolvimento da agricultura familiar”, disse Lessa.
No final do encontro foi entregue uma pauta para análise e deliberação da criação de um programa estadual das abelhas envolvendo apicultores e meliponicultores, com o intuito de organizar esta atividade econômica em Alagoas, considerando a preservação ambiental e a geração de emprego e renda.
Também participaram do encontro, os secretários de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri), Carla Dantas; da Indústria, Comércio e Serviços, Carol Balbino; do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Gino César; da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Sílvio Romero; do deputado federal Paulão, além de professores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e representantes do Projeto Lisa Flor.
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