E a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou na quinta-feira (4), que as chamadas “variantes de preocupação” do novo coronavírus em Alagoas foram responsáveis por 42,6% dos casos de Covid-19 no estado.
A confirmação reforçam as teses que variantes do vírus vêm circulando em Alagoas e vão além dos dois casos confirmados, em duas mulheres, nas cidades de Viçosa e Anadia.
A primeira paciente, de 36 anos, residente do município de Viçosa, interior de Alagoas, tinha histórico de viagem para Manaus, no Amazonas, no dia 22 de janeiro, onde permaneceu por quatro dias. No local, teve contato com familiares com quadro gripal, entretanto sem confirmação laboratorial para Covid-19. No dia 25 de janeiro, apresentou dispneia e tosse. Retornou para Alagoas, em 26 de janeiro.
Já a outra paciente, de 64 anos, moradora do municípios de Anadia, não tinha histórico de viagem ou contato com alguém vindo do Amazonas ou qualquer outra Unidade da Federação. Teve início dos sintomas no dia 19 de janeiro, apresentando tosse, coriza, mialgia e moleza. No dia 25 de janeiro, realizou-se a coleta para pesquisa de SARS-CoV-2 por RT-PCR, que confirmou a infecção. A investigação epidemiológica também indica se tratar de caso autóctone.
A Fiocruz avaliou cerca de mil amostras de oito estados brasileiros. A partir delas, a fundação detectou a mutação comum em três das variantes de preocupação: P1, identificada inicialmente no Amazonas; B.1.1.7, no Reino Unido; e B.1.351, na África do Sul, que são potencialmente mais transmissíveis.
De acordo com a análise da Fiocruz, entre os oito estados investigados, os mais elevados índices de prevalência foram registrados no Ceará (71,1%) e no Paraná (70,4%). Na sequência, aparecem Santa Catarina (63,7%), Rio de Janeiro (62,7%), Rio Grande do Sul (62,5%) e Pernambuco (50,8%). Além de Alagoas, apenas Minas Gerais, com índice de 30%, está abaixo de 50%.
Técnicos da Fiocruz esclareceram que a alta circulação de pessoas e o aumento da propagação do vírus Sars-CoV-2 têm favorecido o surgimento de ‘variantes de preocupação’ no Brasil. Os técnicos alertam para um cenário preocupante que alia o perfil potencialmente mais transmissível dessas variantes à ausência de medidas que possam ajudar a conter a propagação e circulação do vírus.
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