Com histórias de luta e resistência, centenas de alagoanos foram perseguidos e alguns até assassinados por se manifestarem contra um período obscuro na vida do Brasil, a Ditadura Militar (1964-1985). A Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos – Semudh, em parceria com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos – CEDDH, realizará a segunda edição do Prêmio Alagoas de Direitos Humanos, tendo como homenageados especiais, em vida e póstumos, três alagoanos que sofreram ataques e perseguições de diversas maneiras, incluindo sequestros e assassinatos.
Maria Yvone Loureiro, ou Marivone como é mais conhecida, tem uma história de luta e enfrentamento como militante dos direitos humanos. Sempre atuou em prol da liberdade, da democracia e da igualdade de gênero. Economista com pós-graduação em desenvolvimento social e urbano e planejamento governamental, foi perseguida pela ditadura militar e dedicou sua vida ao abrigo de foragidos e ativistas políticos. Após cumprir pena de dez anos de prisão, ajudou a fundar a Sociedade Alagoana de Defesa dos Direitos Humanos.
Gastone Lúcia de Carvalho Beltrão era estudante de economia e tinha 22 anos quando foi assassinada pelo regime. A ficha de Gastone produzida pelo Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS-SP) tem diversas inconsistências sobre a morte da jovem, que media 1,55 de altura e foi encontrada com treze perfurações redondas similares à ferimento de arma de fogo, além de escoriações e perfurações de arma branca. Crime sem solução até hoje.
O alagoano jornalista Jayme Amorim Miranda, ícone na luta contra a ditadura, foi sequestrado, torturado, morto e seu corpo nunca encontrado. Dona Elza, de 82 anos, companheira de Jayme, também militante, luta por justiça até hoje para o caso do marido e todos os outros torturados e mortos pela Ditadura Militar.
“Esses alagoanos são nossas referências na luta por direitos e a construção de uma sociedade democrática e de iguais oportunidades. Lembrar desses momentos ainda nos traz os sentimentos de tristeza e incertezas. Mas, temos que prestar esta singela homenagem a quem dedicou à vida em nome de uma luta para todos”, disse Maria Silva, Secretária da Mulher e dos Direitos Humanos.
Homenageados
Este ano, na categoria nacional, a homenageada é Mônica Benício, arquiteta e militante, que recebe o reconhecimento pela incessante luta por justiça no caso do assassinato brutal de sua companheira, a vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Na categoria estadual, o agraciado é Padre Manoel Henrique, ativista social que se destaca pela postura de enfrentamento à violência e em defesa da população mais vulnerável socialmente. O presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, é o homenageado da categoria especial da 2ª edição.
O Prêmio Alagoas de Direitos Humanos visa promover e disseminar uma cultura de paz por meio das ações de diversos atores sociais, sejam eles autarquias, órgãos da administração pública, ONGs ou mesmo pessoas físicas e jurídicas que combatem o desrespeito aos direitos humanos nas mais diferentes esferas e áreas de atuação.
Como participar
As inscrições são gratuitas e limitadas e devem ser feitas antecipadamente até às 12h do dia 05 de dezembro, por meio do link: https://doity.com.br/premio-alagoas-de-direitos-humanos-2019. Qualquer dúvida ou informação pode ser enviada para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..">ascom.semudh@gmail.com.
O Prêmio faz parte da programação da Semana Estadual dos Direitos Humanos, que comemora os 71 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
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