A transferência de Neymar para o Al-Hilal soou, para muitos, apenas como uma escolha financeira, sem que o brasileiro priorizasse o aspecto esportivo em sua carreira. Mas, na verdade, o clube saudita foi visto por Neymar como uma forma - a única disponível - de interromper imediatamente um vínculo com o PSG, que iria até 2027. Foi a saída para que brasileiro deixasse, quatro anos antes, um lugar onde não se sentia mais feliz.
O ge apurou que Neymar não desejava mais ficar em Paris e o clube também não queria mais o jogador. Neymar foi comunicado pelo técnico Luis Enrique que ele não fazia parte do plano da comissão técnica.
O imbróglio com Kylian Mbappé também fez parte deste processo. A diretoria parisiense deu sinais de que atenderia as demandas do astro francês, que considerava que não havia mais espaço para os dois astros no elenco. Desejando construir seu projeto esportivo sobre Mbappé, o clube indicou que faria as vontades do atacante, superando a crise que o fez ser afastado. Não à toa, ele fez questão de estar presente no Parque dos Príncipes na estreia do PSG no Campeonato Francês, no último sábado, diante do Lorient - dias depois de vir à tona a notícia de que o clube comunicou que não contava com o craque brasileiro.
Recusa de Xavi e proposta saudita
O desejo de Neymar era voltar para o Barcelona ou para outra equipe que pudesse contratá-lo, mas nos últimos 10 dias nenhum gigante europeu apresentou propostas. Além de o Barça não ter dinheiro disponível para executar a contratação, o técnico Xavi Hernández não aprovou o nome do brasileiro. Enquanto isso, o Al-Hilal, com o seu orçamento turbinado na estrelada liga saudita, ofereceu valores que agradaram os dois lados, Neymar e o PSG.
O maior artilheiro da história da seleção brasileira junto a Pelé, ficou com as opções de arriscar ficar no PSG, podendo até ser afastado do elenco porque o treinador não contava mais com ele, ou ir para a Arábia Saudita, encerrando seu vínculo com o clube parisiense quatro anos antes do previsto. A escolha foi rumar à Ásia com contrato mais curto, até 2025, quando ele espera poder voltar à elite do futebol europeu.
O craque brasileiro fechou com a equipe treinada por Jorge Jesus por duas temporadas e deixou o Paris Saint-Germain após seis anos no clube francês. Segundo o ge apurou, a a apresentação na nova equipe, em Riade, na Arábia Saudita, está marcada para o próximo sábado. Há uma pequena chance de Neymar atuar por alguns minutos no próprio sábado, quando o Al-Hilal recebe o Al-Fayha, em casa, pela segunda rodada do Campeonato Saudita. Ele deve viajar para o país um dia antes.
Maior contratação de um clube não-europeu
O clube saudita vai pagar ao craque 320 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão) no período. O PSG pedia ao menos 100 milhões de euros (R$ 540 milhões) para vender Neymar. O Al-Hilal deve chegar a tal valor, entre taxas fixas e variáveis. O camisa 10 tinha contrato com o time francês até 2027. É a maior contratação feita por um clube não europeu na história do futebol.
O Al-Hilal, clube mais popular da Arábia Saudita, promete grande evento para a apresentação de Neymar. O time é o de maior investimento no atual mercado de transferências da Arábia Saudita. Além de Neymar, foram contratados nomes como Rúben Neves, ex-Wolverhampton, por € 55 milhões, Koulibaly, ex-Chelsea, por € 23 milhões, Milinkovic-Savic, ex-Lazio, por € 40 milhões, e Malcom, ex-Zenit, por € 60 milhões.
Neymar ficou mais de cinco meses longe dos gramados por conta de uma grave lesão no tornozelo direito. Passou por cirurgia em março, perdeu o restante da temporada 2022/23 e voltou a atuar há pouco mais de uma semana. Ele marcou dois gols e deu uma assistência no amistoso contra o Jeonbuk, da Coreia do Sul.
Com a ida para a Arábia Saudita, Neymar encerra sua passagem de 10 temporadas pelo futebol europeu, dos quais seis anos no PSG. Ele chegou ao time francês como jogador mais caro da história e com o projeto de alçar o clube ao topo da Europa, o que poderia levá-lo a prêmios individuais.
O camisa 10, no entanto, sofreu com problemas físicos e somou 173 jogos no Paris Saint-Germain, uma média de pouco mais de 28 por temporada. No período, o clube disputou 318 partidas oficiais. O brasileiro fez 118 gols e 70 assistências na equipe parisiense e conquistou 13 títulos, entre eles cinco edições do Campeonato Francês, além do vice-campeonato da Champions League em 2020.
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