Sob pressão no Flamengo desde o vice do Carioca, Paulo Sousa tornou público o atrito entre sua comissão técnica e o goleiro Diego Alves após a vitória sobre a Católica na terça-feira, no Maracanã. Em 2009, o português foi demitido do Queens Park Rangers, da Inglaterra, em contexto que também envolveu as suas declarações.
A demissão de Paulo Sousa do QPR foi anunciada com apenas cinco meses de trabalho. No comunicado oficial, a diretoria informou que a decisão foi tomada após o clube inglês tomar conhecimento de que o treinador português havia "divulgado informação altamente confidencial e sensível".
A relação entre Paulo Sousa e a direção não era boa. A declaração do técnico sobre o empréstimo de Dexter Blackstock, então artilheiro da equipe, ao Nottingham Forest, colocando a decisão na conta da diretoria, culminou no fim do contrato. Na época, o dono do QPR era Flavio Briatore, italiano conhecido pela sua atuação na Fórmula 1.
O empresário trabalhou como chefe de equipe da Benetton F1 e Renault. Foi nesta segunda escuderia que Briatore envolveu-se em grande escândalo e acabou banido da Fórmula 1 após Nelsinho Piquet denunciar que Briatore e o engenheiro principal da equipe, Pat Symonds, o convenceram a bater de propósito durante o GP da Singapura para beneficiar seu companheiro Fernando Alonso.
Segundo o noticiário português, Paulo Sousa negou ter divulgado "informações sensíveis do clube". Além disso, ele prometeu que levaria o caso à Justiça.
Conhecido pela personalidade forte, Paulo Sousa tem reafirmado as suas convicções nas ideias a respeito da formação do Flamengo e na reformulação do elenco que está em curso desde a sua contratação.
A sua chegada ao Ninho do Urubu, inclusive, só aconteceu graças ao movimento do treinador, que pagou a multa rescisória, deixou o comando da seleção da Polônia a dois jogos da classificação para a Copa do Mundo de 2022, e aceitou o desafio de dirigir o Flamengo.
O CASO 'PAULO SOUSA VS DIEGO ALVES'
Após a vitória sobre a Universidad Católica (CHI), Paulo Sousa foi perguntado sobre a ausência de Diego Alves na partida. Ao justificar, o técnico informou que o goleiro não treinava com o grupo desde 8 de maio, e que, respeitando os "processos", não poderia contar com o jogador.
Além disso, o técnico citou uma reunião do camisa 1 com o diretor Bruno Spindel, na qual Diego Alves teria se colocado à disposição.
As declarações dadas na noite de terça tiveram grande repercussão. Na quarta, Diego Alves publicou uma foto de Adriano no Instagram, com a seguinte mensagem: "Que Deus perdoe essas pessoas ruins."
O preparador de goleiros Paulo Grilo também usou as redes sociais, postando uma foto do grupo do Flamengo com a legenda "somos todos, menos alguns" e a classificação do Grupo H da Libertadores.
Com o mal-estar entre o camisa 1 e a comissão técnica escancarado, uma reunião foi feita no Ninho do Urubu, nesta quinta, com as presenças de Diego Alves, Diego Ribas, Paulo Sousa e Bruno Spindel.
Utilize o formulário abaixo para comentar.