Foi sepultado na última segunda-feira (26), em São José da Tapera, José Martins dos Santos, mais conhecido como "Zé Urubu", que, nas décadas de 60 e 70, conquistou prestígio como jogador de futebol. Ele não atuou profissionalmente, mas era muito assediado por times da região para participar de jogos amistosos e campeonatos, defendendo as cores destas equipes.
Mesmo tendo defendido muitos clubes da região, Zé tinha o time do seu coração, e este era o Clube Atlético São José, pelo qual conquistou títulos, desde o municipal, regional e até estadual, e tinha prazer em contar suas histórias hilariantes, principalmente dos clássicos entre os dois principais times da cidade, Atlético e Guarani.
Zé era funcionário aposentado da prefeitura municipal, onde trabalhou como gari, função que dividia com a atividade de jogador amador de futebol, pois, naquela época, era comum na cidade quando o cara era bom jogador de futebol ser contratado pelo município para jogar no Atlético, time que era comandado pela situação.
A divisão política da cidade fez nascer uma grande animosidade entre as duas equipes, por um ser comandado pela situação e outro pela oposição. Zé contava que, certa vez, foi convidado para defender o Guarani em uma partida fora do estado em um dia que o Atlético não jogava e, como se tratava de uma partida amistosa, aceitou, porém a diretoria atleticana não aceitou e resolveu puní-lo pelo ato. Mas, a punição gerou grande repercussão na cidade, fato que terminou lhe valendo o emprego de gari na prefeitura.
Um dos muitos momentos mais marcantes da vida do ex-jogador de futebol foi quando participou de um jogo festivo, na despedida do lendário Mané Garrincha, ocasião em que o então jogador famoso andava em excursão pelo Brasil inteiro, após encerrar oficialmente sua carreira.
Já doente e com dificuldade de locomoção, atualmente Zé não perdia um jogo no estádio Luiz da Silva Maia - campo do Atlético - e ainda costumava fretar carro para ir a Arapiraca assistir jogos do ASA - sua outra paixão.
Com 71 anos, "Zé Urubu" dividia seu tempo participando do terço dos homens, grupo religioso da Igreja Católica e jogando dominó na praça com seus amigos, e também contando suas aventuras no futebol.
O homem, que ficou conhecido como "O Cara que Marcou Garrincha", teve o caixão coberto com a bandeira do Atlético - seu time do coração - e do terço dos homens. Dois grupos seguiram o cortejo com abre alas até o cemitério da cidade.
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