O atacante Alexandre Pato declarou diversas vezes todo seu amor ao São Paulo durante a coletiva de apresentação ao clube, nesta terça-feira, no CT da Barra Funda. O jogador faz sua terceira passagem pelo Tricolor.
– De tudo o que passei, as provações até agora, e chegar aqui com essa oportunidade... Eu me sinto como aos 18 anos. A parte física, mental, de campo, toda a entrega será feita ao São Paulo. Estou me preparando ao máximo para estar pronto ao ter a oportunidade – afirmou Pato.
– Sempre existiu o amor, saí de uma situação muito difícil na vida, e ele (São Paulo) me abraça. Lá atrás, em 2014. Deus foi muito bom comigo, colocou no coração deles (dirigentes) que eu poderia dar algo a mais para o São Paulo. Cheguei para fazer uma recuperação, tive discussões com o Rogério muito tempo atrás, e eu ficava perguntando se o Rogério ia me deixar fazer fisio. O Rogério me escreve, o Rui também, e converso com o presidente. Eu fui entregando, não queria pressionar. Cheguei e falei com os dirigentes: "O São Paulo está diferente, a gestão, a parte de fora do futebol, a fisioterapia" – acrescentou o atacante.
Pato se recuperou de uma cirurgia no joelho direito e fez o primeiro treino com o elenco na última segunda-feira. Ele já vinha se tratando no São Paulo desde fevereiro. O retorno aos gramados para um jogo oficial ainda deve levar cerca de duas semanas.
As lesões e passagens por diversos clubes mostram um Pato mais maduro atualmente, aos 33 anos. E ele sabe que somente o amor que tem pelo clube não será o suficiente.
– Vamos dar tempo ao tempo, tenho que respeitar o processo. Hoje foi meu segundo dia. Eles vão me dando feedback, a data não é o principal agora, mas a adaptação – disse.
– Minha volta é de muita responsabilidade. Não adianta ter amor e não cumprir seu papel. Minha dedicação e entrega vai existir.
Em sua terceira passagem pelo São Paulo, Pato busca seu primeiro título com o clube e já faz planos para esse dia.
– A gente tem planos. Tive duas passagens, quase fui campeão na primeira. Na segunda, o time ganha logo depois que eu saio. O que mais quero é ser campeão. Dorival tem dado estabilidade ao elenco. Se eu trocasse o momento agora e todos os gols que fiz por um título no São Paulo, eu trocaria agora – comentou.
Posicionamento
– Eu sempre joguei de centroavante, meia-atacante, mas se o professor precisar de volante, zagueiro, eu vou estar lá. A posição vou deixar para o professor decidir.
Sobre a saída para os EUA e momento
– Quando eu escolhi sair do São Paulo naquela época, queria um lugar pra morar em paz, jogar, receber salário e me divertir. Mas, infelizmente, no primeiro jogo eu vou e me machuco. Voltei, fazendo gol, assistências, mas logo em seguida eu me machuco outra vez. Eu estou com a mesma motivação de quando comecei a jogar. Está diferente o meu amadurecimento. A minha entrega, meu amor pelo São Paulo, não vai mudar. O São Paulo é mais que especial, não vejo a hora de jogar. Precisava vestir a camisa, é diferente de todos os clubes que passei.
Como lida com expectativas e críticas
– Julgamento sempre vai existir. Nunca vai ser suficiente. Tem que seguir uma linha, agradar quem está ao meu lado, a minha família. Sempre fazer algo por eles. A crítica, a comparação sempre vai existir. Uma pena que muitas vezes o jogador não tem tempo de amadurecer e já tem comparações muito altas. Eu nunca fiquei preso a comparações. Com 17 anos tive uma das maiores lendas do mundo do meu lado, o Ronaldo. Minha volta para cá é para passar aquilo que passei para alguns jogadores novos. Não entendi o futebol, só fui entender aos 27 anos. Quando você leva que o futebol é sua casa, seu trabalho, sabe o que acontece no vestiário. Quando entende, a comparação fica lá fora.
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